CDU de Cinfães apela à defesa dos serviços públicos de saúde no concelho
Porto Canal / Agências
Cinfães, Viseu, 02 dez (Lusa) - A CDU de Cinfães apelou hoje à necessidade de a população "não baixar os braços" e defender os serviços públicos de saúde no concelho, onde temem que venham a ser encerradas todas as extensões de saúde existentes.
"É preciso que os cinfanenses se levantem em defesa dos serviços públicos de saúde. Começaram por Tendais, mas o objetivo passa por encerrarem as outras cinco extensões de saúde do concelho", sublinhou o responsável da CDU em Cinfães, Armando Nogueira.
O dirigente da CDU de Cinfães realça que as extensões de saúde do concelho têm médicos com idades próximas de virem a solicitar a reforma e teme que depois não venham a ser substituídos.
"Assim que se reformarem, não voltam a colocar mais nenhum médico e mandam encerrar as extensões. A população tem de ser informada e sensibilizada para as implicações que estes encerramentos representam", referiu.
Armando Nogueira aludiu ainda a uma reunião que decorreu em meados de novembro, no salão da Junta de Freguesia de Tendais, com a diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Tâmega, que se "se limitou a defender as teses do Governo".
"Veio cumprir servilmente o que diz serem as diretivas da lei, repetindo que não há médicos. Mas ninguém quer saber que esta é uma população mais idosa e onde não existe uma rede de transportes públicos à disposição", lamentou.
Contactado pela Agência Lusa, o assessor de imprensa da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), Antonino Leite, informou que a extensão de saúde de Tendais foi encerrada há quase um ano, sendo esta "uma decisão concertada com a autarquia e a população, que ficou esclarecida que as duas tardes de consulta por semana [em Tendais] não eram suficientes".
Quanto aos possíveis encerramentos das restantes extensões de saúde do concelho, avançou que "não há nada previsto".
Em comunicado, a CDU atribui ainda fortes responsabilidades à Câmara de Cinfães no encerramento da extensão de Saúde de Tendais, entendendo que não fez tudo o que pôde para que fosse reaberta.
"Estranha-se a atitude de resignação da Câmara perante este brutal ataque contra os serviços médicos de proximidade no concelho(...). Em vez de se apoiar nas populações e de as mobilizar e incentivar a lutar pelos seus direitos, diz que não pode fazer nada e aceita as alternativas propostas pela ARSNorte, fortemente penalizadoras das populações, sobretudo das mais idosas e fragilizadas", acrescenta.
À Lusa, o presidente da Câmara de Cinfães, Armando Mourisco, sublinhou que fez "tudo o que era possível para evitar aquele encerramento".
"Sempre estivemos contra o encerramento da extensão de Tendais e desde o início que manifestámos preocupações, uma vez que esta é uma área mais serrana, com áreas geográficas dispersas, população mais idosa e uma dificuldade enorme em termos de transportes", concluiu.
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