Câmara do Porto espera que o Governo reflicta sobre a STCP e metro
Porto Canal
Rui Moreira disse esperar "que o Governo reflita" sobre a sua decisão de privatizar a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e "avance com uma solução para o metro", cujo funcionamento após 31 de dezembro afirmou não estar garantido.
O presidente da Câmara do Porto falou sobre os dois temas na segunda-feira à noite, na Assembleia Municipal, a pretexto de uma intervenção do deputado municipal Belmiro Magalhães, da CDU.
O eleito dirigiu-se ao autarca dando-lhe "as boas vindas" à luta contra a privatização dos transportes públicos portuenses, que o Governo pretende concretizar sob a forma de uma subconcessão através de concurso público.
Belmiro Magalhães considerou que o autarca "demorou a perceber que este processo não tinha saídas limpas".
Em agosto, a autarquia portuense admitiu concorrer à subconcessão da STCP. Na semana passada, Rui Moreira anunciou que o município "não concorre" à subconcessão da STCP e propôs ao Conselho Metropolitano do Porto a aprovação de uma recomendação ao Governo para que o concurso seja suspenso.
A ideia foi aprovada por unanimidade e inclui um pedido para iniciar uma negociação que permita encontrar "uma oferta que melhor sirva" a população.
"Espero que o Governo reflita" sobre isso, disse Rui Moreira aos deputados municipais.
Segundo afirmou, o "negócio proposto" pelo governo na segunda versão do caderno de encargos só tem interesse económico despedindo trabalhadores, reduzindo a oferta e deixando envelhecer a frota da transportadora pública, o que teria um impacto ambiental negativo.
Na sexta-feira, contudo, o Governo reafirmou o compromisso de libertar as empresas públicas de transportes de Lisboa e do Porto de subsídios.
Na Assembleia Municipal do Porto desta segunda-feira, Rui Moreira realçou que "vai ser preciso pôr dinheiro no pote" porque "os transportes púbicos não são lucrativos".
"Acho que o jogo não acabou", concluiu o autarca, o qual exprimiu também preocupação com o fim próximo (31 de dezembro) da subconcessão exploração do metro portuense ao consórcio ViaPorto.
"Não há garantia de que (a exploração) se manterá", referiu.