Arménio Carlos lança desafio a Paulo Portas para impedir reestruturação dos bancos

| Política
Porto Canal / Agências

Belmonte, 25 jul (Lusa) - Arménio Calos, secretário-geral do CGTP, desafiou hoje o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, a tentar impedir junto da 'troika' os planos de reestruturação de três bancos portugueses que podem "atirar para o desemprego centenas de pessoas".

Arménio Carlos falava no fim de um plenário realizado com mais de 200 trabalhadores (maioria mulheres) da Carveste, empresa têxtil de Caria, concelho de Belmonte, que ontem suspendeu os contratos de trabalho.

Questionado pelos jornalistas sobre a anunciada reestruturação na Caixa Geral de Depósitos BCP e BPI, Arménio Carlos foi claro ao dizer que não percebe e condena tal decisão.

"A maior parte dos bancos até tiveram lucro. Não se percebe porque é que vão agora despedir trabalhadores ou fechar balcões", afirmou.

Para evitar o que classificou como "mais um despedimento coletivo" de cerca de 700 pessoas, Arménio Carlos deixa o apelo à intervenção de Paulo Portas.

"Vamos ver o que é que o Governo vai dizer sobre isto. Ainda recentemente foi nomeado um novo ministro, o vice-ministro, o doutor Paulo Portas, como responsável para negociar com a 'troika', vamos então ver a capacidade que ele tem para dar um murro na mesa e para dizer não, neste caso concreto ao despedimento de centenas de trabalhadores", sublinhou.

Arménio Carlos não se mostrou todavia muito confiante nessa capacidade.

"Se for capaz de fazer o que fez anteriormente é caso para dizer que fica tudo na mesma", afirmou.

O secretário-geral da CGTP deixou ainda críticas ao Governo e à 'troika' e referiu que o facto de a Comissão Europeia já ter anunciado que os planos estão em conformidade com as regras da União Europeia (EU) "demonstra claramente" que o "país está refém da troika".

"Independentemente do que se está a passar em Portugal, a 'troika' mais uma vez procura decidir e sobrepor-se àquilo que são os interesses nacionais e à importância da defesa do emprego", afirmou.

Este responsável mostrou-se ainda solidário com as trabalhadoras da Carveste, às quais prometeu apoio em todas as diligências que visem evitar o desemprego.

Amanhã as trabalhadoras pretendem deslocar-se a Belmonte e pedir uma reunião ao presidente daquela autarquia.

Além disso, também vão pedir apoio às câmaras do Fundão, Sabugal e Guarda, já que a empresa emprega trabalhadores dos referidos concelhos.

O objetivo é que todos exerçam esforços para que a fábrica não venha mesmo a encerrar e para que o Plano de Revitalização, apresentado dia 14, seja posto em prática.

CYC // ATR

Lusa/fim

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