Aposta na Energia e Ambiente é sinal de modernidade - Carlos Pimenta

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 24 jul (Lusa) -- O ex-secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta elogiou hoje a criação de um Ministério para a Energia e o Ambiente, considerando ser um sinal de modernidade já que o clima é o maior problema do século XXI.

"Acho extremamente positivo, é um sinal de modernidade e de futuro e uma resposta a um dos principais problemas portugueses que é a dependência dos combustíveis importados", afirmou Carlos Pimenta em declarações à Lusa.

Segundo este especialista em questões energéticas e ambientais, a aposta do Governo nesta orgânica é "extremamente positiva" e "funcionou muito bem na Dinamarca".

"O clima é o problema maior do século XXI e a energia é a grande responsável pela alteração climática", referiu, acrescentando que Portugal usa "muito mal a energia e gasta imenso".

Com este cenário, sublinhou, não se consegue resolver o problema da balança de pagamentos "porque importamos milhares de milhões de euros por ano de energia primária [ou seja] petróleo, carvão e gás".

A criação deste novo ministério também permite olhar para um outro problema importante, alertou.

"Não se consegue resolver o problema das emissões para a atmosfera sem uma revolução tecnológica que aproveite os recursos naturais endógenos (o sol, o vento, a água, a geotermia, as marés)", disse, considerando tratar-se "realmente um ministério do século XXI".

A escolha do ministro responsável pelas novas pastas é também aplaudida por Carlos Pimenta.

Jorge Moreira da Silva "deve ser, em Portugal, hoje em dia, a pessoa mais atualizada e que mais sabe sobre este assunto", disse, lembrando que o novo ministro foi "porta-voz do Parlamento Europeu para as questões do clima" e "foi um dos diretores das Nações Unidas", onde dirigiu a integração dos países em vias de desenvolvimento nas negociações de Quioto.

"Também em Portugal [onde lançou a Plataforma para o Crescimento Sustentável, Jorge Moreira da Silva mostrou que é um homem capaz de gerar consensos, de atrair valores e competências, sem olhar a rótulos e clubes", concluiu.

Jorge Moreira da Silva, de 42 anos, atualmente primeiro vice-presidente e coordenador da direção nacional do PSD, vai assumir funções como ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, áreas às quais se tem dedicado.

O Presidente da República vai dar hoje posse aos novos ministros do Governo de maioria PSD/CDS-PP.

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