Ministro aponta polo empresarial Oliva Factory, em S. João da Madeira, como exemplo
Porto Canal / Agências
S. João da Madeira, 23 jul (Lusa) - O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu hoje em S. João da Madeira que o arranque do polo empresarial da Oliva Creative Factory, com 11 novas empresas de base criativa, reflete "a transformação" necessária na economia portuguesa.
Referindo-se ao facto de esse centro de indústrias criativas funcionar nos edifícios da já desativada metalúrgica Oliva, que foi fundada em 1925 e em meados do século XX se tornou célebre pelas suas máquinas de costura, Miguel Poiares Maduro declarou que essa empresa foi determinante "no desenvolvimento industrial e económico do país" e apelou à necessidade de se replicarem exemplos semelhantes.
"Em certa medida", afirmou depois o governante, "este projeto [da Oliva Creative Factory] sinaliza a forma como temos que transformar o nosso tecido empresarial, para esse ser competitivo num mundo que hoje é diferente".
"Este projeto é um forte contributo para essa competitividade", acrescentou, "e surge num momento particularmente difícil para o país".
Para Miguel Poiares Maduro, o impulso que se impõe na economia nacional deve, nesta fase, vocacionar-se para o mercado global. "Só sendo competitivos do ponto de vista externo poderemos ter um crescimento económico que seja sustentável", garante.
Esse requisito da competitividade internacional terá sido negligenciado ao longo da última década e justificará a crise financeira e económica que se abateu sobre Portugal, motivando "a situação de quase bancarrota a que o país chegou, na iminência de não poder pagar as suas necessidades mais básicas".
Segundo o ministro, a crise financeira de 2011 "foi a conclusão do processo de perda de competitividade da economia nacional ao longo dos últimos 10 anos", culminando num estado de estagnação económica "que só tem paralelo na Grande Depressão norte-americana [de 1929]".
Miguel Poiares Maduro não quis comentar a reestruturação em curso no Governo, mas do seu discurso na Oliva retiram-se duas referências à atualidade política nacional. A primeira é a de que "a maior parte do difícil processo de ajustamento já está cumprida e há hoje sinais de retoma e melhorias económicas". A segunda, com base nessa contextualização, é a de que "nenhum Governo sobrevive quando tudo é permanentemente contestado e tudo é constantemente alterado".
"E se tudo está sempre a ser alterado", conclui o ministro, "não é possível aos agentes económicos desenvolverem a sua ação".
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