Maior coluna de aço inoxidável criada em Portugal sai hoje para base petrolífera no mar

| Economia
Porto Canal / Agências

Vale de Cambra, 14 nov (Lusa) - A coluna de aço apontada como a maior do género alguma vez fabricada em Portugal sai hoje de Vale de Cambra para ser transportada por terra até Cádis, em Espanha, destinada à extração de petróleo no mar.

O termo técnico da estrutura é "open drain caisson" e, na prática, consiste num tubo de aço inoxidável superduplex que, com 56,7 metros de comprimento e 1,70 de diâmetro, será unido a outra coluna e depois instalado verticalmente no mar, numa plataforma off-shore em construção pela Dragados.

Ambas as colunas foram fabricadas na Arsopi, em Vale de Cambra, onde fonte dessa metalúrgica declarou à Lusa: "A peça que vai hoje para Espanha é o maior equipamento que alguma vez saiu da fábrica, tenho quase a certeza de que mais nenhuma empresa em Portugal faz colunas destas e, mesmo no mundo inteiro, só haverá uma meia dúzia a produzir material assim".

A estrutura pesa cerca de 60 toneladas e o seu transporte envolve uma série de procedimentos especiais, na medida em que só as extremidades da peça estarão apoiadas e o corpo restante será deslocado em suspenso, entre o camião e o atrelado.

A viagem será feita por terra a uma velocidade máxima de 60 quilómetros por hora, primeiro entre Vale de Cambra e o nó da A1 nos Carvalhos, e daí até ao Algarve. "Todo o trajeto vai ser acompanhado por mais de 20 pessoas, entre batedores da Brigada de Trânsito da GNR, técnicos de uma transportadora especial, polícias portugueses e também espanhóis", adianta a fonte da Arsopi.

Pela sua dimensão excecional, nas estradas nacionais a movimentação da peça só é autorizada durante a noite; já em Espanha, só a permitem em horário diurno e nos dias úteis. "Por isso é que a coluna sai de Vale de Cambra hoje à noite, para chegar à fronteira com Espanha na segunda-feira de manhã e, a partir daí, seguir todo o dia em direção a Cádis", explica o entrevistado da metalúrgica.

Uma vez chegada à plataforma da Dragados, a estrutura de 56,7 metros será sujeita a uma pintura anticorrisão e unir-se-á depois a outra coluna de 37 metros que a Arsopi já enviou para o local. "No alinhamento das duas, o desvio não pode ultrapassar nunca os 12 milímetros", realça a mesma fonte.

A extensão total desse "open drain caisson" será assim de quase 94 metros, dos quais três quartos estarão submersos. "Depois, a função da coluna é separar o petróleo que vem misturado na água", não diretamente a partir do leito do mar, mas sim dos volumes já acumulados nos tanques da plataforma.

Para corresponder às exigências da Dragados (que fonte de Arsopi aponta como "um dos líderes mundiais na construção de bases petrolíferas"), o fabrico da estrutura envolveu quase seis meses de trabalho em Vale de Cambra.

A encomenda terá um peso significativo na faturação da empresa, que exporta 85% da sua produção, mas o preço desta peça específica não é revelado. "Posso só dizer que é coisa para custar muitos milhões", conclui a fonte da metalúrgica.

AYC // MSP

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