Peso da Régua, 14 nov (Lusa) -- A Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP) vai apostar em 2015 na formação, na promoção integrada e na internacionalização, afirmou hoje, no Peso da Régua, um dos seus representantes.

José Arruda falava à agência Lusa à margem da Conferência nacional de Enoturismo, que decorreu no Museu do Douro e onde foi apresentado o plano estratégico para as rotas de vinho de Portugal.

Os grandes objetivos para 2015 são a formação, para a qual já foram apresentadas candidaturas com vista à realização de ações de formação, a promoção em rede das rotas aderentes à ARVP e a internacionalização.

Nesse sentido estão já previstas participações nas feiras de turismo de Lisboa, Madrid e Paris.

José Mendes, responsável pela IDTUR, uma empresa 'spin-off' da Universidade de Aveiro, apresentou a estratégia para as rotas de vinho de Portugal e frisou que um dos desafios é precisamente a formação, de forma a combater algumas lacunas identificadas a nível de idiomas, atendimentos e informação sobre a acultura e a história do vinho.

Outro desafio passa "por estruturar e organizar as rotas, estruturar produtos, para poderem vender, comercializar, aquilo que de melhor há para oferecer".

Há ainda, na sua opinião, que colocar as tecnologias ao serviço do produto enoturismo, quer a nível da localização dos espaços, através de aplicações para telemóveis, quer no desenvolvimento de plataformas de comercialização e de distribuição.

José Mendes afirmou ainda não ter dúvidas de que "há uma procura crescente do enoturismo", no entanto frisou que não há dados concretos sobre a dimensão deste setor.

"Não existe informação rigorosa sobre este produto. Isto é um desafio para a rota", salientou.

E é para dar resposta a essa lacuna, que a ARVP quer criar, segundo José Arruda, um observatório do enoturismo, que estude a área e forneça números concretos do turismo do vinho.

A ARVP, que tem sede no Museu Rural e do Vinho, do Cartaxo, foi criada em maio e agrega cerca de 40 entidades entre municípios, associações e empresas, abrangendo todas as regiões vitivinícolas do país.

Em Portugal, estão referenciadas 14 rotas de vinhos, só que, segundo José Arruda, "muitas delas estão inativas ou nunca sequer chegaram a desenvolver iniciativas".

A funcionar estão neste momento seis.

Agora, a nova associação organizar a oferta existente, de forma a identificar o que se pode fazer em cada uma delas, informação que vai estar toda junta e disponível para os turistas.

No decorrer da primeira assembleia da ARVP, realizada quinta-feira, na Régua, foram eleitos os órgãos sócias desta organização, que passa a ser presidida por Jorge Sampaio, presidente da Rota dos Vinhos da Bairrada e vice-presidente da Câmara da Anadia.

Bento Machado, presidente da Associação de Turismo de Portugal, foi eleito para a mesa da assembleia.

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