Rota turística sobre a cal e o barro de Querença arranca em 2015
Porto Canal / Agências
Loulé, 31 out (Lusa) -- A rota turística e cultural "Caminhos da Cal e do Barro" está em desenvolvimento no âmbito no Algarve do "Projeto Querença" e vai ser lançada no início de 2015.
Segundo disse Lusa a responsável pela rota Susana Calado Martins, a par do projeto empresarial, esta rota usa a cal e o barro, enquanto elementos naturais e tradicionais do interior do Algarve, como pretexto para conhecer o território e entendê-lo em termos físicos e naturais assim como as pessoas que nele vivem e viveram e as atividades que nele se têm desenvolvido.
Atualmente, está a decorrer a segunda edição do "Projeto Querença" -- que adota o nome daquela freguesia do concelho de Loulé - lançado em 2011 para combater o despovoamento do interior algarvio, dar nova dinâmica à economia local e permitir que jovens criem novos produtos e empresas.
A rota vai ser apresentada no sábado e no domingo durante o seminário "A Cal e o Barro como produtos culturais e turísticos" que vai decorrer no auditório da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença.
O programa de sábado, 01 de novembro, está preenchido com várias palestras, uma delas sobre a rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz e outra sobre o Museo da Cal de Morón, localizado em Sevilha, Espanha.
No domingo, os participantes vão ter oportunidade de aprender a preparar a tinta de cal e a adicionar-lhe pigmentos naturais recolhidos a partir das rochas do território para obter as cores que eram tradicionalmente utilizadas na época em que a cal era o produto mais utilizado para pintar as casas.
Apesar de ter caído em desuso, a cal continua a fazer parte da memória dos mais antigos e Susana Calado Martins contou que algumas pessoas da aldeia lhe deram informações de como preparavam as tintas.
As propriedades desinfetantes da cal são por vezes comentadas pelas pessoas que a usavam.
"Há pessoas que dizem que antigamente caiavam as casas e tinham as paredes brancas e em condições e que quando começaram a usar as tintas as paredes começaram a ficar bolorentas, porque a tinta não deixa as paredes respirarem e a cal deixa", disse Susana Calado Martins.
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Lusa/fim.