Seguro não cede a pressões e está empenhado em alcançar "um bom acordo" para Portugal

Seguro não cede a pressões e está empenhado em alcançar "um bom acordo" para Portugal
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Porto Canal

O dirigente socialista Álvaro Beleza considerou hoje que o secretário-geral do PS não cederá a pressões e está empenhado em alcançar "um bom acordo" no processo de diálogo proposto pelo Presidente da República com PSD e CDS.

Álvaro Beleza, membro do Secretariado Nacional do PS, fez estas declarações à agência Lusa pouco antes de se iniciar na sede dos socialistas, em Lisboa, mais uma reunião entre PSD, PS e CDS destinada a tentarem alcançar um acordo de médio prazo "de salvação nacional".

"Apesar de todas as pressões para que não entrasse no processo de diálogo proposto pelo Presidente da República, para que não dialogasse com o PSD e com o CDS e para que não chegasse a qualquer solução, António José Seguro não cede e está empenhado na obtenção de um bom acordo para Portugal", declarou Álvaro Beleza.

O membro do Secretariado Nacional do PS frisou que se desconhece ainda "qual será o resultado" do processo de diálogo com o PSD e com o CDS.

"Mas há uma coisa que tenho a certeza: António José Seguro não cede nas suas convicções, tem perfeita consciência do estado do país e pensa sempre primeiro em Portugal", acrescentou o dirigente socialista.

A crise política arrasta-se há duas semanas, depois das demissões do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a 01 de julho e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia seguinte.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não aceitou a demissão de Portas – que justificou o pedido por ser contra a escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Gaspar – e a maioria PSD/CDS-PP apresentou ao Presidente da República e publicamente a 06 de julho um compromisso até ao final da legislatura, que passaria, nomeadamente, por uma remodelação com Paulo Portas a vice primeiro-ministro.

A 10 de julho, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, fez uma comunicação ao país onde não se referiu à solução que lhe foi proposta pela maioria e na qual propôs um ‘compromisso de salvação nacional’ entre PSD, PS e CDS, que inclui eleições a partir de junho de 2014.

Na sequência desta proposta, os três partidos iniciaram as conversações no passado domingo e já mantiveram cinco reuniões públicas.

No PS, porém, algumas vozes têm manifestado reservas relativamente às negociações em curso.

Quinta-feira, o antigo Presidente da República e histórico socialista Mário Soares afirmou estar contra a negociação de um acordo político envolvendo o PS e avisou o secretário-geral do partido para os riscos de uma cisão, caso isso aconteça.

“Não gosto nada dessa negociação e espero que a negociação dê zero, porque não acredito que, se se diz que o Governo é um governo que está morto, depois o faça renascer”, declarou o ex-chefe de Estado aos jornalistas que o questionaram sobre o compromisso partidário pedido pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

Também o ex-secretário-geral socialista Ferro Rodrigues acusou recentemente o Presidente da República de ter colocado as instituições democráticas numa situação "gravíssima" e de tentar pôr o PS "entre a espada e a parede" do ponto de vista político.

Esta semana, o deputado socialista João Galamba defendeu também que o acordo entre PSD, CDS-PP e PS pedido pelo Presidente da República implica o suicídio de um dos elementos, admitindo que Cavaco Silva tem "em mente" o suicídio político do líder socialista.

"É impossível [um acordo] porque para ser bem-sucedido implicava o suicídio político de um deles. Acho que o suicídio político que o Presidente da República tem em mente é o suicídio político do líder do Partido Socialista, porque qualquer acordo implicaria que o Partido Socialista renunciasse ao que tem dito nos últimos anos", defendeu João Galamba.

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