Primeiro orçamento participativo de Viseu com meia centena de projectos
Porto Canal / Agências
Viseu, 27 out (Lusa) -- O primeiro orçamento participativo do concelho de Viseu conta com meia centena de projetos provisórios para votação, a maior parte dos quais relativos ao centro histórico, anunciou hoje o presidente da Câmara, Almeida Henriques.
"Das 72 propostas recebidas, 53 são válidas e foram convertidas em 50 projetos", afirmou Almeida Henriques, em conferência de imprensa, explicando que "foram fundidas propostas semelhantes ou complementares".
Os 50 projetos -- vinte no centro histórico, cinco na Cava de Viriato, sete no bairro municipal, um na zona da Ribeira e 17 globalmente na área de incidência do orçamento participativo - estão a partir de hoje publicados na plataforma Viseu Participa.
"O orçamento participativo de Viseu não se converteu como outros numa gaveta de ideias inviáveis. Pelo contrário, está bem vivo e oferece um naipe de boas opções concretizáveis", frisou o autarca.
Para este orçamento participativo, que é também o primeiro do distrito de Viseu, estão destinados 75 mil euros, uma verba que Almeida Henriques pretende duplicar no próximo ano.
A votação irão propostas como a criação de um Centro Interpretativo da Cava de Viriato, de fraldários públicos, de guias turísticos multimédia e de um mercado itinerante (com um orçamento estimado de 75 mil euros cada), a organização do Festival da Cerveja (30 mil euros) e a requalificação da Rua do Gonçalinho (60 mil euros).
A criação de uma Casa do Estudante e de um centro interpretativo de figuras históricas e religiosas de Viseu, a organização do Festival da Luz e a reabilitação de duas habitações do bairro municipal (no valor de 75 mil euros cada proposta) foram outras ideias apresentadas.
"Neste orçamento participativo, apresentaram-se propostas inovadoras e surpreendentes, algumas das quais tenho a certeza que serão adotadas pelo município no futuro", realçou Almeida Henriques.
Agora, segue-se uma fase de reclamação, durante a qual "os cidadãos que viram as suas propostas rejeitadas poderão aduzir os argumentos em sentido contrário", acrescentou.
O autarca assegurou que "não há nenhum diretório ideológico, estético ou cultural no orçamento participativo de Viseu", exemplificando com a proposta que foi feita de demolição do edifício da Assembleia Distrital para transformação do espaço num grande miradouro.
"Não qualificámos a proposta, simplesmente avaliámos a sua viabilidade. Sendo legítima e possível, a ideia não vingou em projeto apenas por razões financeiras", explicou.
Segundo Almeida Henriques, estão a ser adotadas medidas para que a votação seja "participada, acessível e segura, a favor da maior participação possível, mas também contra abusos eletrónicos".
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