Colégio da especialidade de Medicina Tropical diz que Portugal deve ir buscar doentes, mesmo estrangeiros, para os tratar

Colégio da especialidade de Medicina Tropical diz que Portugal deve ir buscar doentes, mesmo estrangeiros, para os tratar
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Porto Canal

O colégio da especialidade de Medicina Tropical defende que Portugal deve ir buscar doentes com Ébola a qualquer país que "o solicite", mesmo de outras nacionalidades, para serem tratados em Portugal.

Esta é uma de três linhas de ações equacionadas por estes especialistas num parecer solicitado pela Ordem dos Médicos, para controlar e eliminar o surto de Ébola em África.

"A melhor maneira de combater o risco é eliminar o problema na fonte. Se o surto de Ébola for controlado e eliminado em África, mais ninguém no mundo, incluindo Portugal, tem de se preocupar com casos importados", consideram.

Neste âmbito, estes especialistas defendem que Portugal tenha "preparadas equipas que, a qualquer momento que tal seja necessário, possam ir buscar doentes infetados, ou supostamente infetados, a qualquer país que o solicite, trazendo-os para serviços previamente preparados para os receber em Portugal -- e não apenas doentes portugueses -, mas também de outras nacionalidades, conforme as necessidades".

Outra medida defendida neste parecer sugere a participação de Portugal "na ajuda que a Europa está a preparar para os três países afetados da África Ocidental", através do envio de profissionais de saúde portugueses para o terreno, valorizando assim a sua experiência e dando-lhes mais prática para lidar com a doença.

O documento refere ainda a importância de Portugal colaborar com os países lusófonos mais em risco de introdução da doença: primeiro a Guiné-Bissau e, depois, Cabo Verde.

Sobre a forma como Portugal está preparado para enfrentar eventuais casos de Ébola, estes especialistas consideram que o sistema de saúde está "agora um pouco mais razoavelmente preparado", embora falte ainda algum equipamento de segurança, particularmente importante nos serviços de urgência de Lisboa e Porto, e treino.

No entanto, reconhecem que o risco de casos de Ébola é alto, mas o risco de epidemia é baixo.

Na mesma linha avança o parecer do colégio de doenças infecciosas, que considera que o risco calculado para Portugal implica "a necessidade de todas as instituições e de todos os profissionais de saúde estarem informados, preparados e cumprirem as orientações sucessivamente atualizadas pela Direção-Geral da Saúde quanto aos procedimentos recomendados".

"Com os meios adequados e se todas as medidas estiverem acauteladas, não vemos no nosso país razões epidemiológicas ou outras para que a doença se comporte de modo diferente do que tem acontecido no mundo ocidental".

Na posse destes pareceres, o bastonário da Ordem dos Médicos concluiu que "há ainda muito trabalho por fazer, quer em termos de preparação e treino, quer em termos de gestão do processo".

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