O executivo da Câmara do Porto aprovou hoje, com a abstenção dos três vereadores do PSD e o voto contra da CDU, o orçamento para 2015 com o montante global de 191,7 milhões de euros.

No final da reunião privada do executivo na qual o orçamento foi aprovado, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou aos jornalistas "um aumento de 8,7% no investimento global, cerca de 4,2 milhões de euros", considerando "muito relevante num tempo em que muitas câmaras se veem forçadas a reduzir o esforço do seu investimento" e que no Porto "resulta das boas contas".

O autarca destacou que o "maior investimento será para a área da coesão, cerca de 20 milhões de euros", realçando também o facto de ter sido aprovado hoje, "por unanimidade", o regulamento do Fundo Municipal de Emergência Social.

Para os três vereadores do PSD, este é um orçamento que tem "aspetos positivos, de rigor orçamental, é um orçamento transparente, mas é também transparente nos erros, e existe um erro de sobre orçamentação".

O vereador social-democrata Ricardo Almeida disse aos jornalistas que já no ano passado os três autarcas tinham apontado o erro de colocar como venda de imóveis um "valor excecionalmente grande" e este ano "incluiu-se uma venda do mercado abastecedor, onde o município tem cerca de 25%, avaliada em 15 milhões de euros".

"É irrealista [vender neste tempo de crise], muito menos por aquele valor", disse, acrescentando que o orçamento tem "esse pecado de sobrevalorizar a receita, tal como fez há um ano com a venda de imóveis".

Para o PSD, é "um desígnio para este executivo questionar o seu papel na questão dos resíduos".

Ricardo Almeida considerou que o Porto, bem como todos os associados da Lipor, devem "questionar porque é que pagam o dobro" do que pagam os municípios da ValorSul.

"Rui Moreira não tem compromisso nenhum com o passado mas tem com o presente e alterar o que está mal, e nesse ponto de vista, o que se passa com a Lipor é uma nuvem muito cinzenta que queremos esclarecer", frisou.

O social-democrata elogiou "a aposta na cultura", que em 2015 conta com 9,9 milhões de euros, mas considerou o orçamento "pouco ambicioso" nas áreas do desenvolvimento e economia.

O vereador da CDU, Pedro Carvalho, afirmou que este orçamento para 2015 não mostra "nenhuma alteração de fundo" em relação às estratégias levadas a cabo pelo ex-autarca, Rui Rio.

"Há uma falta de visão estratégica, pouco ou nada mudo", disse, mostrando ainda preocupação com "a captação de fundos comunitários".

"O Porto tem aqui um mau currículo nesta matéria, chegou mesmo a perder 12,8 milhões de euros em fundos comunitários" no passado, disse.