Standard and Poor's "ataca" política de cortes da zona euro
Porto Canal
A agência de 'rating' Standard and Poor's (S&P) defendeu hoje que a economia da zona euro arrisca-se a entrar numa fase de crescimento fraco persistente num contexto de política de cortes e de enfraquecimento da economia mundial.
Num relatório com o título "A crise da zona euro ainda não está solucionada", a S&P considera que um regresso ao crescimento não é possível senão com a condição de o endividamento público, bem como o privado, regressarem a "níveis apropriados".
"Até agora, a política de redução da dívida atrasou o crescimento e esperamos que isso continue, apesar de taxas de crédito ultra baixas", sublinha a agência, que já tinha referido, precisamente há um ano, que "a crise na zona euro ainda não estava solucionada".
A S&P sublinha que a descida das taxas de inflação na zona euro também complica a recuperação económica e que "as exportações não são suficientes para conduzir a economia da zona euro para um maior crescimento".
A agência defende que "as políticas monetárias expansionistas não podem gerar crescimento duradouro" e que "só uma melhoria nos planos do emprego, do investimento produtivo e uma maior produtividade podem consegui-lo" e que isto é da responsabilidade de cada Estado.
O crescimento da atividade privada reforçou-se muito ligeiramente em outubro na zona euro, mas a situação mantém-se muito frágil, com uma França fraca e sinais negativos em matéria de emprego e da evolução dos preços, segundo indicadores hoje divulgados pela Markit.