Maioria disponível para debate alargado sobre dívida desafia PS a clarificar posição
Porto Canal / Agências
Lisboa, 22 out (Lusa) - A maioria PSD/CDS-PP manifestou hoje abertura para "um debate alargado" sobre a dívida pública e desafiou o PS a clarificar a sua posição, propondo que a próxima conferência de líderes defina a metodologia da discussão.
"O PSD está disponível para debater novamente a divida pública nesta Assembleia, num debate alargado, num processo que não se arraste no tempo, em que cada partido transmita claramente as suas posições após o debate orçamental e com uma metodologia a definir já na próxima conferência líderes", afirmou o deputado Nuno Reis.
Intervindo no debate sobre a petição, assente no denominado "Manifesto dos 74", que pede a reestruturação da dívida pública e de projetos de resolução do PS, PCP e BE, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles admitiu, no mesmo sentido, a viabilização de um "debate alargado", desafiando o PS a dizer "de uma vez para sempre aquilo que quer" sobre a dívida pública.
Nuno Reis frisou esperar que no debate a realizar o PS "não se esconda" por trás das opiniões de cidadãos e apresente a sua posição enquanto partido político.
Na apresentação do projeto de resolução do PS, o deputado Vieira da Silva acusou as bancadas da maioria e as bancadas do PCP, BE e PEV de quererem "bloquear o debate sobre a dívida", defendendo que a resposta ao "problema da dívida" deve ser nacional.
"As duas posições querem bloquear o debate sobre a dívida. Uns porque não lhes interessa, porque a sua política está tomada é a política da austeridade. Outros porque querem bloquear o debate, querem uma votação à pressa, para que possam aparecer como os campeões da alternativa", acusou.
O projeto de resolução do PS nunca menciona nem a reestruturação nem a renegociação da dívida e pretende "desencadear um processo parlamentar de audição pública, incluindo a audição por parte da Assembleia de personalidades relevantes, especialistas na matéria" com o objetivo de identificar "soluções responsáveis e exequíveis para o problema do endividamento, que permitam simultaneamente um crescimento sustentado da economia do país".
Os socialistas consideram que a Assembleia da República, enquanto "órgão de soberania representativo de todos os cidadãos portugueses", deve desencadear este processo de discussão pública sobre "o problema da dívida pública", lembrando que até o Governo, pela voz da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já disse que o parlamento seria o local indicado para este debate.
As críticas à "falta de definição do PS" foram comuns a todas as bancadas no debate, com o BE a sublinhar, "para acabar com a ideia de que há quem não queira debater a dívida pública", que por proposta dos bloquistas ficou já agendado para o período pós orçamental um debate sobre o tema.
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