Moçambique/Eleições: Nyusi ganha na sua província natal de Cabo Delgado

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Porto Canal / Agências

Maputo, 22 out (Lusa) - O candidato presidencial da Frelimo, partido no poder em Moçambique, Filipe Nyusi, ganhou em Cabo Delgado, sua província natal, com uma larga vantagem de 78%, anunciou hoje a Comissão Provincial de Eleições.

Natural de Mueda, Filipe Nyusi, 55 anos, ficou perto dos 80% que o atual Presidente da República, Armando Guebuza, alcançou há cinco anos na província localizada no norte do país e tradicionalmente apoiante da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique).

O candidato da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Afonso Dhlakama, obteve 14% dos votos válidos e o líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), Daviz Simango, ficou-se pelos cinco por cento.

A Frelimo ganhou também as legislativas, com 77,5%, abaixo dos 81% que tinha alcançado há cinco anos, na votação de dia 15 e que em Cabo Delgado foi marcada pela quantidade anormal de votos em branco: 09% nas presidenciais e 11% nas legislativas.

Cabo Delgado é a terceira das 11 províncias a anunciar os seus resultados, depois de Maputo Cidade, onde ganhou Nyusi e a Frelimo, e Manica, onde Dhlakama triunfou nas presidenciais e o partido no poder venceu nas legislativas.

Após a contagem nas cerca de 17 mil mesas de voto espalhadas em todo o país, o apuramento foi processado ao nível distrital e encontrava-se hoje ao nível provincial, faltando ainda a divulgação dos resultados em oito círculos.

Do apuramento distrital, já são conhecidas as vitórias de Dhlakama e da Renamo em Quelimane e Nampula, capitais dos dois maiores círculos eleitorais do país, bem como na Beira, segunda maior cidade moçambicana, e Chimoio (Manica).

Nyusi e a Frelimo garantiram por seu lado a vitória na cidade de Tete, noroeste do país, e também vantagens confortáveis nas principais cidades do sul: Inhambane, Xai-Xai, Matola e Maputo.

Na terça-feira, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique manifestou preocupação com atrasos no apuramento das eleições gerais, que, aliados à ausência de explicações oficiais, "deterioram o que tinha sido um início ordeiro da jornada eleitoral".

A Missão de Observação lamentou também "os obstáculos colocados aos observadores da União Europeia no acesso à informação sobre o apuramento provincial em Cabo Delgado e na Zambézia", lembrando que, ao abrigo da lei, "todo o processo eleitoral deve pautar-se pela transparência e integridade".

Muitas das dificuldades e obstáculos, segundo os observadores europeus, resultam da "falta de organização e conhecimento dos procedimentos de apuramento, tratamento incorreto das atas e material de votação e métodos de apuramento demorados".

No mesmo dia, a embaixada dos Estados Unidos pediu uma "contagem rigorosa" dos votos, alertando para irregularidades detetadas na comparação entre os resultados das mesas de votação e os apuramentos distritais.

Segundo uma projeção do Observatório Eleitoral, organização da sociedade civil que manteve a maior estrutura de observação das eleições gerais, Nyusi ganhará as presidenciais com 57,7%, seguido por Dhlakama, com 34,8%, e Daviz Simango, com 7,5 por cento.

Com base numa contagem paralela em cerca de 1.700 mesas, o cálculo do Observatório Eleitoral aponta para uma vitória da Frelimo nas legislativas, com 55,6% (143 deputados, menos 48 dos que os atuais 191), à frente da Renamo, com 32,2% (82 deputados, mais 31), e do MDM, com 11,2% (25 deputados, mais 17).

Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de outubro para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.

No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

HB (DEYM) // VM

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