Deputado pede investigação internacional à política de imigração australiana
Porto Canal / Agências
Sydney, Austrália, 22 out (Lusa) -- Um deputado independente anunciou hoje que pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) uma investigação sobre a política de imigração bastante restritiva levada a cabo pela Austrália, país que acusa de "crimes contra a humanidade".
A Austrália envia os requerentes de asilo que chegam de barco para centros de detenção na Papua Nova Guiné ou para as ilhas do Pacífico como Nauru ou Manus.
Andrew Wilkie explicou ter tomado a decisão depois de ter tentado, sem sucesso, durante vários anos, conseguir de Camberra uma mudança de política.
O deputado pediu, em carta enviada ao TPI, a abertura de um inquérito "sobre os crimes contra a humanidade perpetradas pelos membros do governo australiano contra as pessoas que chegam às águas australianas para pedir asilo".
Centenas de pessoas perdem a vida ao tentarem chegar à costa australiana.
Camberra afirma que a sua política de imigração visa desencorajar os contrabandistas.
A política de imigração australiana iniciada pelo governo trabalhista para fazer face ao afluxo de imigrantes provenientes maioritariamente de países como o Iraque, Irão e Afeganistão, foi continuada pelo atual governo conservador.
"Os efeitos desta política são que homens, mulheres e crianças, são enviados à força para estes centros e detidos arbitrariamente por vezes por períodos indefinidos", escreveu o deputado.
"As condições que encontraram durante a sua detenção são a causa de grandes sofrimentos, assim como de danos corporais e mentais", acrescentou.
Andrew Wilkie acusa o governo de violar os tratados internacionais sobre os direitos dos refugiados, os direitos das crianças, bem como os direitos cívicos e políticos.
O ministro da Imigração, Scott Morrison, retorquiu que a Austrália respeita o direito internacional e que "o governo não se deixará intimidar por pessoas que querem atenção e que pedem o regresso das políticas custosas na origem de tragédias e do caos nas fronteiras".
FV // JCS
Lusa/fim