ONG denuncia torturas em centenas de 'prisões ilegais' por toda a China

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Porto Canal / Agências

Pequim, 21 out (Lusa) -- A organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD) denunciou hoje a existência por toda a China de centenas de prisões ilegais, disfarçadas de quartos de hotel ou fábricas, onde milhares de pessoas, na maioria mulheres, são torturadas.

Num relatório intitulado "Vamos espancar-te até à morte com impunidade", a organização lista milhares de casos de cidadãos chineses que sofreram abusos nos últimos cinco anos em centenas de "prisões negras" em Pequim e onze províncias do país.

"Chamamos-lhes 'prisões negras' porque estão longe da vista do público, escondidas ou disfarçadas de 'hotéis' ou 'fábricas', e porque são ilegais. Ou seja, estão escondidas do público e da lei. Dessa forma, os responsáveis podem cometer torturas e maus-tratos com impunidade", explicou Wendy Lin, coordenadora em Hong Kong da organização, citada pela agência EFE.

A maioria dos chineses levados para estas prisões são os chamados peticionários, pessoas que viajam para Pequim para pedir ao Governo central respostas para problemas que não conseguiram resolver junto das autoridades das suas localidades de origem, mas há também casos de prostitutas, dissidentes e ativistas.

Segundo a ONG, 80% são mulheres que passaram entre alguns dias e vários anos detidas, sem direito a advogado nem a julgamento.

A ONG documenta maus-tratos a todo o tipo de mulheres, desde adolescentes a adultas de mais de 50 anos.

Um dos casos relatados é o da senhora Wang, levada durante a noite por vários homens para um 'hotel', onde foi espancada durante três dias. A filha ia ser esterilizada por decisão das autoridades e Wang, da província oriental de Shandong, planeava ir a Pequim queixar-se. A família avisou a polícia da detenção ilegal de Wang, mas os agentes recusaram intervir num assunto que envolvia "o gabinete de Planeamento Familiar".

"As autoridades continuam a negar a existência destas prisões, mas responsáveis locais continuam a deter pessoas para mostrarem que estão a manter a estabilidade social", lê-se no relatório.

O número de 'prisões negras' multiplicou-se depois do encerramento, em 2013, dos "campos de reeducação pelo trabalho".

Segundo o relatório, entre janeiro de 2012 e setembro de 2014, cerca de um em cada sete casos de privação da liberdade de defensores dos direitos humanos na China envolveu uma 'prisão negra'.

A ONG indica também que, desde 2013, advogados e ativistas documentaram a existência de 96 locais usados como 'prisões negras' numa única cidade de tamanho médio.

MDR // VM

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