Venezuela compra petróleo ligeiro no exterior para usar como diluente
Porto Canal / Agências
Caracas, 21 out (Lusa) - A empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) emitiu segunda-feira um comunicado a confirmar a "aquisição pontual" de petróleo ligeiro no estrangeiro, para usar como diluente de crude pesado, em substituição da nafta.
"A PDVSA informa o país que a aquisição pontual de crude ligeiro no estrangeiro obedece à necessidade de utilizá-lo como diluente do petróleo pesado na Faixa Petrolífera do Orinoco Hugo Chávez, uma vez que pelas suas especificações não pode ser produzido nem transportado sem antes ser misturado com um hidrocarboneto de menor densidade", explica.
Segundo o documento o aumento "da produção na área, combinado com uma paragem programada de manutenção" levou a tomar esta decisão, porque "a mistura de crude ligeiro produz uma maior rentabilidade que o uso a nafta", produto que custa à volta de 30 dólares por barril.
"A produção de crudes ligeiros da PDVSA encontra-se totalmente comprometida, tanto para o sistema de refinação nacional como para contratos de abastecimento a outras empresas", afirma.
Segundo a petrolífera venezuelana trata-se de um "tipo de operação de uso comum" noutros países que produzem hidrocarbonetos extrapesados e foi também usada na Venezuela antes de 2007, altura em que o setor foi nacionalizado.
Na semana passada a imprensa venezuelana revelou que o país tinha chegado a um acordo com a Argélia e com a Rússia para a compra de petróleo ligeiro, uma operação centrada na redução dos custos da PDVSA.
A compra foi descrita como "insólita" pelo líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, que acusou o Governo venezuelano de "destruir a (nossa) Venezuela".
"Com as reservas mais importantes do planeta, o Governo teve que importar petróleo, porque a nossa indústria petrolífera também não escapou à destruição deste Governo nefasto", disse.
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