Câmara de Leiria defende separador no troço do IC2 que atravessa o concelho

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Porto Canal / Agências

Leiria, 20 out (Lusa) -- O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, defendeu hoje a instalação de um separador central no troço do itinerário complementar 2 (IC2) na travessia norte do concelho, onde em menos de 15 dias morreram duas pessoas.

A Estradas de Portugal (EP), responsável pela via, fez saber que não está prevista a introdução de qualquer separador físico, justificando a decisão com as características da via.

"Tanto quanto sabemos, o projeto está a ser desenvolvido para eliminar os chamados pontos negros e o que pretendemos e já sugerimos à Estradas de Portugal é que houvesse um separador ao longo do IC2 na travessia do concelho para norte", disse à agência Lusa Raul Castro, referindo que, quando terminaram as obras de reabilitação da via na zona da cidade, o município sensibilizou a empresa a continuar os trabalhos até ao Barracão.

Segundo o autarca, essa situação tem sido abordada desde há três anos com a EP que, "inicialmente, tinha projetado uma reabilitação do IC2 até Coimbra", mas "por razões orçamentais" não houve continuidade.

"Já são tantos os acidentes que tem havido que não sei o que é que será preciso acontecer mais para que se tomem medidas", continuou o responsável.

Para Raul Castro, a questão das regras orçamentais não pode servir de desculpa quando "há dinheiro para outras intervenções noutras vias", considerando não se poder omitir a necessidade de resolução dos "pontos negros desta travessia".

Um ponto negro é um lanço de estrada com o máximo de 200 metros de extensão, no qual se registou, pelo menos, cinco acidentes com vítimas, no ano em análise e cuja soma de indicadores de gravidade é superior a 20.

Em 2013, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária identificou em Leiria dois pontos negros no IC2, antiga estrada nacional 1, na zona dos cruzamentos sul e norte da Boa Vista.

Em menos de duas semanas, morreram duas pessoas no troço do IC2 que atravessa Leiria. O primeiro acidente, no dia 06, vitimou uma estudante, na Boa Vista, e na sexta-feira uma lojista morreu naquela via, em Marrazes.

Os acidentes, que estão a ser investigados pela GNR, terão ocorrido quando viaturas entraram em despiste e colidiram com veículos que circulavam na faixa contrária, informou fonte desta polícia.

À agência Lusa, a Estradas de Portugal esclareceu que "está a desenvolver um projeto de intervenção, que engloba igualmente trabalhos ao nível de segurança rodoviária, no IC2 entre Leiria e Coimbra", adiantando que, "dadas as condicionantes decorrentes das características do traçado e da elevada ocupação marginal nesta zona do IC2, não está prevista a introdução de qualquer separador físico".

"Salientamos também que a EP está a desenvolver este projeto com o conhecimento e em total articulação com as autarquias", acrescentou a empresa.

Na sequência do último acidente, corre na Internet uma petição pública, dirigida à presidente da Assembleia da República, na qual os subscritores pedem separadores no IC2, "desde a A19 em Leiria, até à localidade do Barracão", realçando que são cerca de 15 quilómetros "onde acontecem frequentemente acidentes com fatalidades".

"Temos o direito e o dever de ser prudentes, mas exigimos também mais e melhor segurança nas nossas estradas", lê-se na petição.

Já no Facebook, está a ser convocado, para domingo, um "corte pacífico" do IC2, nos locais onde ocorreram aqueles dois acidentes.

SR // SSS

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