Rui Alves renuncia à sua candidatura às eleições da Liga de clubes de futebol
Porto Canal / Agências
Redação, 16 out (Lusa) - Rui Alves, um dos três candidatos às eleições de junho para a presidência da Liga de clubes de futebol, anunciou hoje que não se apresentará a votos para o novo ato eleitoral, afirmando que "para tudo há limites".
A lista de Rui Alves para as eleições de 11 de junho foi rejeitada - tal como a de Fernando Seara - uma vez que o presidente da Mesa da Assembleia-Geral eleitoral da Liga, Carlos Deus Pereira, considerou que ambas continham irregularidades. Assim, apenas a lista do atual presidente, Mário Figueiredo, foi a votos, ganhando umas eleições que posteriormente o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol mandou repetir.
"Para tudo há limites, pelo que, não estando disponível para continuar a desmascarar este comportamento [do presidente da Mesa], anuncio que retiro a minha candidatura", indicou hoje Rui Alves na página oficial da sua lista.
No comunicado, o antigo presidente do Nacional afirmou que, ao apresentar a sua candidatura, "estava preparado para discutir, até ao mais ínfimo pormenor, a organização do futebol profissional português", mas reconhece que "não tinha previsto explicar aos juristas da Mesa da Assembleia-Geral da Liga as regras interpretativas de documentos jurídicos e de pactos sociais, nem a distinção entre inelegibilidade e incompatibilidade".
Rui Alves salienta que Carlos Deus Pereira "não sabe interpretar estatutos" e adotou "absurdas posições jurídicas" no decorrer de todo o processo eleitoral. Na sequência de um Acórdão do Conselho de Justiça da FPF, Carlos Deus Pereira remarcou novas eleições para 27 de outubro, abertas a outras listas que não apenas as três originais.
"Penso que é desconhecimento a mais e que o comportamento jurídico do presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Liga nada mais é do que um comportamento ilegal, injusto e instrumental para que, no âmbito das eleições que estavam convocadas, se não pudesse ver sufragada a minha tese quanto à distribuição de dinheiros no futebol profissional", explicou.
Rui Alves recordou que, no futebol profissional em Portugal, "o dinheiro distribuído ao primeiro classificado da Liga representa 14 vezes o montante de dinheiro distribuído ao último classificado".
"Os ingleses têm uma proporcionalidade de 1 para 1,6, os alemães de 1 para 3 e os franceses de 1 para 4. Entendia e entendo que esta divisão é injusta e condiciona a igualdade de oportunidades na competição, favorecendo os mais ricos em detrimento dos mais pobres", sublinhou o mesmo responsável.
Por isso mesmo, Rui Alves considera que o fim da sua candidatura à Liga "é um dia feliz para aqueles que querem a manutenção do 'status quo' e que querem manter as diferenças, as injustiças e as cumplicidades que têm grassado no futebol português".
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