Bragança, 09 out (Lusa) -- A comissão executiva do Eixo Atlântico decidiu hoje diligenciar junto dos governos português e espanhol para que avancem com a construção da estrada de Bragança a Puebla de Sanábria, travada há anos pelos impactos no Parque Natural de Montesinho.

A ligação com cerca de 30 quilómetros já esteve prevista no Plano Rodoviário Nacional, mas foi excluída depois de vários "chumbos" devido aos impactos ambientais na área protegida do Parque Natural de Montesinho.

Os dirigentes da associação ibérica Eixo Atlântico, que junta 38 cidades do Norte de Portugal e da Galiza, em Espanha, defenderam hoje que esta ligação da fronteira ganhou uma nova importância numa altura em que se perspetiva a construção de uma estação do TGV espanhol, em Puebla de Sanábria, a 30 quilómetros de Bragança.

O presidente da Câmara de Bragança, anfitrião da reunião, adiantou que está posta de lado a intenção de a via ser construída com perfil de autoestrada como anteriormente se pretendia e que irá ser proposta aos governos dos dois lados da fronteira o melhoramento da atual estrada com algumas correções.

O autarca está convencido de que poderá haver apoio financeiro para este projeto apesar de Bruxelas pretender canalizar as verbas do novo quadro comunitário de apoio para a inovação e menos para o "cimento".

"Não havendo a possibilidade de construção de grandes infraestruturas é necessário perceber que o melhoramento de uma estrada vem melhorar significativamente a ligação entres os dois lados da fronteira", defendeu.

A próxima diligência será "conversar, chamar as pessoas que tomam essas decisões e fazer-lhes perceber a necessidade desta construção e entenderem-se os dois governos para que seja uma realidade".

A época do cimento na Europa já passou, mas o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao, acredita que há recursos comunitários para apoiar estas pequenas obras e apontou o exemplo de que poucos falam, que é o plano europeu de infraestruturas de transportes.

A reunião da comissão executiva do Eixo Atlântico, em Bragança, serviu também para discutir o posicionamento das cidades que integram a associação em relação aos fundos comunitários.

O presidente Carlos Negreira explicou que estão a preparar-se para "conseguir uma parte importante" para projetos conjuntos com preocupações em áreas como o desemprego jovem, mobilidade urbana, eficiência energética, cidades inteligentes ligadas às novas tecnologias ou inovação.

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