Câmara de Viseu ajuda associação de autismo que tem dificuldades financeiras
Porto Canal / Agências
Viseu, 09 out (Lusa) -- A Câmara de Viseu decidiu hoje dar dois mil euros à Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento e Autismo (APPDA), que tinha cerca de seis mil euros de dívidas e corria o risco de suspender a atividade.
Há cerca de um mês, a diretora executiva da APPDA de Viseu, Prazeres Domingues, disse à agência Lusa que se os problemas financeiros não fossem ultrapassados poderiam ficar em causa os apoios e as terapias disponibilizadas a cerca de 140 crianças, jovens e adultos com autismo e respetivas famílias.
"Sempre foi uma associação autossustentável e que cumpriu com as suas obrigações. Este ano, pela primeira vez, no mês de agosto, pagámos com atraso a TSU [Taxa Social Única] e sentimos que estávamos a bater no fundo. E temos dívidas com alguns fornecedores e técnicos, o que nunca aconteceu", explicou na altura.
Hoje, a Câmara de Viseu aprovou um conjunto de apoios sociais no valor de 44 mil euros, montante que inclui dois mil euros para a APPDA.
"É o contributo do município para ajudar a resolver um problema que existe da sustentabilidade da instituição e da necessidade de ter dinheiro para pagar ao pessoal que dá apoio", justificou o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, aos jornalistas.
O autarca disse que "o município não se pode substituir ao Estado central" e que "o problema de fundo desta instituição tem de ser tratado com a Segurança Social", mas que a autarquia não poderia ficar insensível ao problema.
"Estamos a dar um apoio que corresponde a um terço das necessidades identificadas pela instituição", frisou, acrescentando que sabe do esforço que os responsáveis da APPDA têm feito para ultrapassar os problemas financeiros e que conhece os "bons resultados" do trabalho que faz.
Almeida Henriques disse que o vice-presidente da autarquia tem estado a acompanhar o processo junto da Segurança Social.
"Uma instituição destas não pode só viver de apoios pontuais, tem que ter um programa contratualizado com o Estado central que lhe permita ter uma atividade regular", defendeu.
Criada em 1998, a associação disponibiliza terapias comportamentais, treino de competências sociais, terapia da fala, equitação terapêutica, consultas de psicologia e psiquiatria.
A APPDA de Viseu não recebe um apoio financeiro regular da Segurança Social e sobrevive graças às quotas dos associados, a peditórios e donativos de particulares e empresas e a apoios pontuais de instituições públicas, como o Instituto Nacional para a Reabilitação e a Câmara de Viseu.
Na reunião de hoje foi também aprovado um protocolo de cooperação com a Caritas Diocesana de Viseu, que, segundo Almeida Henriques, tem como objetivo "assegurar os recursos necessários ao desenvolvimento das funções sociais da instituição", nomeadamente para o apoio a projetos de luta contra a pobreza e de inclusão de comunidades desfavorecidas (especialmente na vertente da habitação).
No que se refere ao bairro social de Paradinha, será criado "um apartado fechado" para que as pessoas possam receber a sua correspondência.
"Infelizmente, as cartas não chegavam ao destino, porque as caixas eram todas violentadas. Uma pessoa ser privada de receber a sua correspondência em casa ou o seu vale de reforma causa um transtorno enorme", considerou o autarca.
No pacote de apoios sociais aprovados estão também seis mil euros para o Centro Social Pindelense, destinados a comparticipar a aquisição de equipamento de aquecimento para o Centro de Convívio para Idosos.
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