Proposta de mobilidade especial é "mais um argumento" para a luta - Fenprof

| Política
Porto Canal / Agências

Viseu, 21 mai (Lusa) -- O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, acusou hoje o ministro da Educação de falta de seriedade política, e considerou que a proposta relativa à mobilidade especial é "mais um argumento" para a luta.

Em declarações aos jornalistas, em Viseu, Mário Nogueira disse ser curioso que, na segunda-feira de manhã, o governante se tenha mostrado "surpreendido pela luta dos professores" e, à noite, tenha enviado à Fenprof "mais um argumento para que seja uma grande luta".

"Uma forte luta, para que ninguém fique de fora, porque neste momento o que está em cima da mesa é o despedimento de mais professores contratados e o afastamento de milhares de professores dos quadros através da mobilidade especial", lamentou.

Mário Nogueira considerou que o ministro "deveria ter seriedade política, que é coisa que não tem", e questionou que credibilidade pode ter o titular da Educação, se disse que não ia haver mobilidade especial, nem aumento do horário de trabalho para as 40 horas.

"Então mas que credibilidade política tem o senhor ministro da Educação para vir agora com lições de moral seja a quem for que esteja a lutar pelo futuro deste país, da escola e das crianças?", interrogou.

Por isso, Mário Nogueira entende que, se os professores "já tinham razões - muitas e justas -- para entrar numa luta muito forte, a partir do mês de junho", agora ainda têm mais.

"A seguir a junho temos os meses de férias e depois temos milhares de professores irremediavelmente fora da profissão. Então lutamos quando, ontem? Não, ontem era talvez o dia para o senhor ministro se ter demitido". "Isso é que tinha sido correto e justíssimo", defendeu.

Segundo Mário Nogueira, a reunião de discussão da proposta de mobilidade especial, prevista para quinta-feira, tem apenas como única novidade "a mudança de local", do Ministério das Finanças para o Palácio das Laranjeiras.

"O conteúdo da proposta é rigorosamente o mesmo que nós já tínhamos. Ou seja, há professores que em setembro, dentro de pouco mais de três meses, se estiverem com horário zero, vão ter um corte salarial situado entre os 33% e 53% imediatos", criticou.

O secretário-geral da Fenprof acrescentou que "durante os últimos seis meses em 18 o salário desses professores é de apenas de um terço do atual" e depois "ou vão para a rua despedidos ou ficam em licença sem vencimento".

Mário Nogueira constatou também que o projeto não contempla, por exemplo, os professores dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP), o que pode ser "um esquecimento" ou então "a tentativa do Ministério da Educação de, através de um quadro que está extinto, cessar o contrato e despedir imediatamente os professores do quadro dos QZP", que são onze mil.

Como o que está em cima da mesa "é profundamente grave para os professores, mas também profundamente grave para as escolas", a Fenprof quer envolver os pais nesta luta.

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, considerou hoje que ainda "nada é verdade" sobre a forma como vai ser aplicada a mobilidade especial a professores, porque "as negociações estão no início".

À margem de uma visita a Castelo Branco, o governante reagiu à denúncia feita pela Fenprof, da perda de um terço a mais de metade, do ordenado atual dos professores, afirmando que ainda se está "a discutir uma proposta de base, que é a proposta geral da função pública", indo ainda tratar-se de ver, "com os sindicatos de professores, como se pode adaptar ao caso concreto da Educação".

A Fenprof, no entanto, promete avençar para outras formas de luta, caso a greve às avaliações entre os dias 11 e 14, a manifestação do dia 15 e a greve geral de professores no dia 17 de junho, sejam consideradas "ações insuficientes para fazer parar este disparate absoluto que o Governo está a fazer".

AMF (LFO) // MAG

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