Cabeceiras de Basto inicia processo para candidatar Mosteiro de Refojos à UNESCO
Porto Canal com Lusa
A Câmara de Cabeceiras de Basto deu início à candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos a Património da Humanidade, esperando que o monumento do século VII seja um "motor" de desenvolvimento turístico e económico da região.
Hoje, o executivo, em reunião extraordinária, aprovou por "unanimidade e aclamação" a candidatura daquele monumento à UNESCO, um desejo que, segundo explicou à agência Lusa o presidente da autarquia, China Pereira, "não é desígnio de um partido ou de um executivo, mas dos 19.700 habitantes de Cabeceiras de Basto".
O Mosteiro de S. Miguel de Refojos é um dos 29 mosteiros beneditinos em Portugal com a particularidade de "ser o único" a ter um zimbório, estrutura mais alta da cúpula, em forma de torre, de forma circular ou octogonal, e de ter a "maior" igreja.
"A aprovação formal foi do executivo. Mas este é um desejo, um desígnio de toda a população, dos 19.700 cabeceirenses. Realizámos um inquérito de opinião e 92% da população aprovou este passo. É uma questão concelhia", apontou o autarca.
Segundo China Pereira, esta classificação tem uma importância para Cabeceiras de Basto "muito além" do monumento.
"Será um orgulho ver o nosso mosteiro Património da Humanidade. Mas essa distinção terá também consequências no desenvolvimento do concelho. Queremos que o mosteiro seja um dos motores de desenvolvimento de Cabeceiras de Basto, que a nível económico, quer turístico. Vamos voltar a dar a importância ao mosteiro que ele teve noutros séculos", referiu.
No dossiê hoje aprovado, consta que o Mosteiro de S. Miguel de Refojos foi um "importante" polo de atração "ainda antes da formação do reino de Portugal".
O "apogeu" do mosteiro deu-se no século XVIII com a construção da atual igreja, o que tornou o monumento "no único templo beneditino construído de raiz no período barroco".
Além da inscrição na lista de património da Humanidade, o objetivo é obter também a classificação de monumento nacional.
"Temos ainda um longo caminho pela frente, mas vamos percorre-lo com segurança e certos do valor do nosso mosteiro", referiu o autarca.