Câmara de Coimbra contra fusão de sistemas multimunicipais de água

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Porto Canal / Agências

Coimbra, 06 out (Lusa) -- O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, afirmou-se hoje contra a fusão dos sistemas multimunicipais de água do Mondego, do Lis e da Ria, designadamente por "lesar os interesses de Coimbra".

A preconizada fusão dos sistemas multimunicipais das Águas do Mondego (AdM), que serve 11 municípios da região de Coimbra, com os sistemas do Lis (região de Leiria) e da Ria de Aveiro "é matéria de alta preocupação", salientou o autarca, que falava na sessão quinzenal da Câmara de Coimbra, que está a decorrer durante a tarde de hoje.

"Estamos contra a fusão dos [três] sistemas de água" projetado pelo Governo e pela empresa Águas de Portugal (AdP), que "vai lesar os interesses de Coimbra" e "impor aos munícipes" o pagamento de preços mais elevados da água, disse Manuel Machado, referindo que a AdM é financeiramente "equilibrada", ao contrário dos sistemas multimunicipais de saneamento do Lis (SIMLIS) e da Ria de Aveiro (SIMRIA), que são "deficitárias".

Além disso, as fusões dos sistemas multimunicipais de água do país indiciam uma "posição paramonopolista da AdP" e "até uma certa irresponsabilidade", disse Manuel Machado, que, no entanto, aguarda para conhecer o projeto em concreto para tomar uma posição mais fundamentada -- mas, "à partida, está-se contra este tipo de operações".

"O que está em cima da mesa não é contribuir para uma maior igualdade dos preços da água" em Portugal, mas "juntar empresas, vendendo a ideia de que juntas ficarão melhor" e que as pessoas serão melhor servidas, defendeu o vereador social-democrata João Paulo Barbosa de Melo.

Trata-se de fazer com que sejam os cidadãos a "pagar as asneiras da gestão da AdP na última década", afirmou Barbosa de Melo, assegurando que a sua bancada na Câmara de Coimbra (PSD/PPM/MPT) está disponível para cooperar com o presidente do município e a maioria socialista para "impedir este esbulho aos contribuintes de Coimbra".

O vereador do movimento Cidadãos Por Coimbra (CPC), José Augusto Ferreira da Silva, também afirmou a sua "total solidariedade" com o presidente da Câmara na defesa dos interesses do município e contra a fusão dos sistemas multimunicipais de água.

A AdM tem como acionistas a AdP (51%) e os municípios de Ansião e Leiria (distrito de Leiria), e Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Penacova e Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra), e Mealhada (distrito de Aveiro), que detém 49% do capital social da empresa.

A SIMLIS agrega os municípios da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém e Porto de Mós, enquanto a SIMRIA reúne Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Cantanhede, Espinho, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Santa Maria da Feira e Vagos.

JEF // SSS

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