Decisão sobre Banco Postal será tomada até ao final do ano - CTT
Porto Canal / Agências
Lisboa, 02 out (Lusa) - O presidente executivo dos CTT, Francisco de Lacerda, disse que a decisão sobre o Banco Postal ainda não está tomada mas vai acontecer até ao final do ano.
Francisco de Lacerda falava na quarta-feira à noite no jantar-debate organizado pela APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.
"Se vamos ou não ter Banco Postal é uma decisão que ainda não está tomada", afirmou, adiantando que só "no último trimestre deste ano" é que haverá novidades sobre o tema.
O presidente executivo dos CTT apontou que, caso venha a ser tomada uma decisão favorável à sua criação, o Banco Postal será "um banco especial" que irá "trabalhar numa rede que [já] existe".
A análise que os CTT - Correios de Portugal terão de fazer é se "há ou não uma oportunidade concreta" para a sua criação, "é isso que está em aberto", acrescentou.
"Sem licença bancária não posso captar depósitos", disse Francisco de Lacerda.
O gestor reiterou que a segunda fase de privatização dos CTT, que ocorreu no início de setembro, em que o Estado alienou a posição que ainda detinha na empresa, "correu muito bem".
"Depois de alguns acontecimentos do verão, havia dúvidas como o mercado de capital iria olhar para Portugal", disse, recordando que se conseguiu um bom resultado na segunda fase de privatização.
Sobre a estrutura acionista da empresa, Francisco de Lacerda disse que os CTT têm "investidores individuais no capital", cuja posição "não irá além dos 10%" na sua totalidade, sendo que a maioria são investidores institucionais "vieram do exterior".
O presidente executivo disse que o valor acionista criado na empresa desde o IPO [entrada em bolsa] é de 345 milhões de euros, assegurando que os CTT não têm falta de capital.
Em termos de negócio, Francisco de Lacerda disse que o volume de correspondência está a baixar e que as encomendas são "um caminho natural" para os CTT e que é preciso aproveitar a rede para ter uma boa posição na distribuição das mesmas.
Destacou ainda a importância do comércio eletrónico, que permite alavancar o segmento das encomendas.
"Temos de capturar o potencial da digitalização", sublinhou.
"Somos uma empresa sólida, somos eficientes, conseguimos forte geração de 'cash-flow'", sublinhou o gestor no jantar-debate, em que foi orador convidado.
Questionado sobre eo relacionamento dos CTT com a Anacom - Autoridade Nacional das Comunicações, Francisco de Lacerda disse: "Não acho que aja uma tensão especial [com o regulador]".
"Aliás, boa regulação nunca fez mal a qualquer setor", apontou.
Sobre o facto do comércio eletrónico em Portugal ainda não ter uma grande dinâmica como noutros países europeus, Franciso de Lacerda disse não existirem "razões tecnológicas estruturais" para o país ter um atraso nesta matéria.
"É por hábitos de consumo", disse, embora acredite que este negócio venha a acelerar.
"Em relação à Europa temos um ninho para fazer", concluiu.
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