EUA enviam mais 1.400 soldados para a Libéria para tentar travar Ébola
Porto Canal
Os EUA vão enviar 1.400 soldados para a Libéria para ajudar a conter o vírus do Ébola, disse o Pentágono terça-feira, dia em que se conheceu o primeiro caso diagnosticado fora de África, precisamente em território norte-americano.
O anúncio do envio destes militares nas próximas semanas coincidiu no dia em que o primeiro caso de um paciente, de regresso da Libéria, foi diagnosticado em solo norte-americano.
Cerca de 700 soldados da 101.ª Divisão Aerotransportada e outros tantos engenheiros militares devem ser deslocados para a capital da Libéria, Monrovia, próximo do fim de outubro, declarou à imprensa o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.
Estes soldados vão juntar-se a cerca de outros 200 que já estão no terreno e integram um contingente total de três mil homens que o governo dos EUA anunciou querer enviar, para ajudar a formar trabalhadores sanitários e instalar hospitais e infraestruturas.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, tinha anunciado em setembro o projeto de enviar cerca de três mil soldados para a Libéria para fornecer apoio logístico no terreno aos trabalhadores que lutam todos os dias contra a epidemia, a mais grave desde o aparecimento do vírus em 1976.
O número de vítimas mortais já ultrapassou os três mil, cerca de metade dos 6.500 casos recenseados, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Os soldados da 101.ª Divisão Aerotransportada vão instalar um quartel-general na Libéria, dirigido pelo general Gary Volesky, que vai substituir, no final de outubro, o atual chefe da missão, o major-general Darryl Williams.
Kirby adiantou que os militares estavam na Libéria para apoiar as outras agências civis dos EUA que participam na luta contra a epidemia.
O Pentágono garantiu ainda que os seus soldados não vão ter contactos diretos com os doentes infetados pelo vírus.
As autoridades de saúde federais garantiram na terça-feira que podem impedir a propagação do vírus nos EUA.