Passos diz que serão portugueses a julgá-lo quando o seu mandato terminar

Passos diz que serão portugueses a julgá-lo quando o seu mandato terminar
| Política
Porto Canal

O primeiro-ministro disse hoje que serão os portugueses a julgar os seus "falhanços e sucessos" quando o seu mandato terminar, depois da deputado ´bloquista' Ana Drago ter antecipado uma nova crise política.

"Os portugueses julgarão os meus falhanços e os meus sucessos, os portugueses hão-de fazê-lo como é normal em democracia quando o meu mandato tiver terminado", afirmou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, durante o debate do ´estado da Nação' que decorre no Parlamento, respondendo à deputada do BE Ana Drago.

Antes, Ana Drago tinha defendido a demissão do executivo de coligação PSD/CDS-PP, antecipando "um novo conflito no Governo", com o primeiro-ministro a ter que agir como "uma força intermediadora de paz" para o evitar.

"Vai ter que continuar sentado entre o ministro dos Negócios Estrangeiros e a ministra das Finanças como uma força intermediadora de paz para que não haja um novo conflito no Governo. Mas, a verdade é que vai haver", sustentou Ana Drago.

Na sua intervenção, a deputada do BE deixou ainda duras críticas ao primeiro-ministro, considerando que "o teatro" que trouxe ao debate do ?estado da Nação' fez "prova publica da sua incapacidade, da sua incompetência para continuar a governar o país".

Durante a ronda de perguntas ao primeiro-ministro, PSD e CDS-PP aproveitaram para reafirmar o seu "empenho" em dialogar com os partidos da oposição, com o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, a falar de "diálogo genuíno e sólido".

"Não pretendemos no PSD que o PS faça um frete ao governo ou sirva de muleta", frisou.

Luís Montenegro recuperou ainda as palavras do Presidente da República na comunicação ao país que fez na quarta-feira, recusando a possibilidade de eleições legislativas antecipadas, porque tal representaria o desperdiçar do esforço que todos os portugueses têm feito.

Pelo CDS-PP, o deputado João Almeida considerou também que "não há razão para que não haja entendimento" e renovou a disponibilidade da maioria para o diálogo.

"Estou firmemente empenhado em que possamos muito proximamente obter um compromisso, não de apoio ao governo, mas o apoio necessário ao país", completou o primeiro-ministro, defendendo que não se pode partir para conversações entre partidos com "reserva mental", embora seja indispensável clarificar "os termos de referência" da negociação.

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