Sonae Sierra aposta nas "novas geografias emergentes" e investe na Colômbia até fim do ano

| Economia
Porto Canal / Agências

Porto, 23 set (Lusa) -- O presidente executivo da Sonae Sierra afirmou-se hoje convicto de que "a crise já acabou" e se perspetivam "tempos mais positivos", mas assumiu que o crescimento da empresa passará pelas "novas geografias emergentes", nomeadamente a Colômbia "até final do ano".

"Acreditamos que a crise já acabou ou está no fim e perspetivam-se tempos mais positivos. A nossa estratégia mantém-se, queremos crescer internacionalmente e temos expetativas de iniciar novos projetos na Alemanha, Itália e Brasil e, até final do ano, espero anunciar a entrada na Colômbia", afirmou Fernando Guedes de Oliveira, num encontro com jornalistas no Porto.

Contudo, admitiu, "as oportunidades não estão nos mercados maduros da Europa, mas nas geografias emergentes, com crescimentos de 4/5%".

No âmbito desta estratégia, a especialista na construção e gestão de centros comerciais Sonae Sierra tem continuado a investir no Brasil, entrou no último trimestre de 2013 na Turquia (com uma 'joint venture' para prestação de serviços de gestão e comercialização), está na Roménia e estreou-se em abril na China (com uma 'joint venture' a expandir com a empresa chinesa CITIC Capital para prestação de serviços) e em maio no norte de África (com o desenvolvimento de um 'shopping' em Casablanca, Marrocos).

Já em agosto deste ano, a Sonae Sierra anunciou a entrada na Rússia, com a criação com uma 'joint venture' [parceria] para a prestação de serviços de gestão e comercialização ao portfolio de desenvolvimento da OST Development.

Até ao final do ano, pretende também reforçar a presença que mantém desde junho de 2010 no mercado colombiano através da Sierra Central, uma empresa de prestação de serviços na área dos centros comerciais, lançando-se no seu primeiro projeto de investimento naquele país.

"Queremos fazer um centro comercial de raiz na Colômbia. Estamos lá há quatro anos numa 'joint venture' e a economia colombiana está a crescer muito", afirmou Guedes de Oliveira, acrescentando: "Para nós, estarmos no Brasil e irmos para a Colômbia é normalíssimo, assim como não excluímos outras localizações na América do Sul".

Segundo o administrador, os mercados tradicionais onde a Sonae Sierra está já presente na Europa "são muito maduros e as oportunidades para novos projetos [de centros comerciais] começam a rarear", sendo disso exemplo Portugal e Espanha.

Já em Itália há ainda "muitas possibilidades", assim como "em cidades secundárias da Alemanha, com centros comerciais mais pequenos", mas o facto é que é "mais difícil vislumbrar oportunidades de novos projetos sustentados na Europa e há que ir para outros destinos".

Ainda assim, o administrador financeiro da Sonae Sierra manifestou-se bastante satisfeito com o "incremento brutal" do resultado líquido este ano nos mercados 'maduros' da Sierra, que passou de um prejuízo de 4,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2013 para um lucro de 47,8 milhões de euros até junho deste ano.

Segundo Edmundo Figueiredo, esta evolução resultou em grande parte dos ganhos indiretos de 26 milhões de euros resultantes da redução de 'yields' e consequente recuperação da avaliação do portfolio de ativo da empresa.

Contudo, também a performance operacional da Sonae Sierra teve uma evolução positiva no período, com as vendas dos lojistas do seu portfolio europeu a aumentarem 3,5% em termos homólogos até junho e 4,1% até agosto, destacando-se o crescimento de 6,2% e 6,6%, respetivamente, em Portugal, de 2,5 e 4,9% em Itália e de 7,8 e 7,3% no Brasil.

Já a taxa de ocupação global do portfolio foi de 94,7% até junho, mais 1,1% do que no mesmo período de 2013, "o que demonstra que os lojistas estão a voltar a querer crescer e expandir-se".

Como resultado, e depois dos descontos dos últimos anos efetuados nas rendas dos lojistas "com mais dificuldades", a Sonae Sierra viu no primeiro semestre do ano as rendas subirem 2,5% em Portugal, na sequência da melhoria registada nas vendas.

"Não só estamos a ver as vendas dos nossos lojistas aumentar, daí tirando maiores rendas, como ainda estamos a fazer melhor que os respetivos índices [de retalho]", salientou Fernando Guedes de Oliveira, referindo que o crescimento de 6,2% da Sierra até junho em Portugal comparou com um recuo de 2,1% do índice no país.

No que diz respeito aos indicadores financeiros, Edmundo Figueiredo destacou ainda a "solidez financeira" da empresa, que este ano fez o refinanciamento de três centros comerciais em Portugal (NorteShopping, Centro Comercial Continente Portimão e AlbufeiraShopping), no valor total de 156 milhões de euros.

No final do primeiro semestre, a dívida total da Sonae Sierra era de 1.021 milhões de euros (70% dos quais a custos fixos) e o seu custo médio, excluindo o Brasil, era de 3,3%.

PD // CSJ

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