BE exorta PM a demitir-se e compara Governo a "representação teatral"

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 12 jul (Lusa)- O coordenador do BE exortou hoje o primeiro-ministro a demitir-se e a deixar "a democracia funcionar", depois de considerar que o Governo "morreu" e de ter comparado a sua presença no parlamento a uma "representação teatral".

"Desista, desista, o país agradece, deixe o país respirar, deixe a democracia funcionar, deixe que se realizem eleições, porque sem si os portugueses encontrarão a saída da crise com muito mais facilidade", apelou João Semedo.

O líder bloquista falava no final da sua primeira intervenção durante o debate do 'estado da Nação', na Assembleia da República, após ter advogado que o executivo "nos últimos dez dias sofreu três golpes mortais".

"O Governo vem ao parlamento não para discutir o 'estado da Nação' mas para fazer a sua prova de vida, o Governo acaba de fazer prova de vida e o resultado está a vista, o governo morreu, o governo acabou, este é o resultado do debate do 'estado da Nação'.

João Semedo apontou as demissões de Paulo Portas e Vítor Gaspar e a comunicação do Presidente da República ao país, que "certificou a menoridade do Governo", como "os três golpes fatais" para o executivo.

O líder bloquista considerou depois que o Governo "falhou" devido às políticas de austeridade e "pelos governantes que não cumprem a sua própria palavra", citando Pedro Passos Coelho no debate do 'estado da Nação' de 2012.

"'Quero reafirmar o que já disse, o Governo não está a preparar qualquer aumento de impostos ou qualquer outra medida dessa natureza'. Três meses depois aprovava o maior aumento de impostos que alguma vez a democracia portuguesa viu, como é que quer que os portugueses confiem em si?", interrogou Semedo.

"Chegamos a esta fase e não percebemos bem que Governo está aqui à nossa frente, se é o antigo Governo, se é o futuro Governo, ou se é o ex-futuro Governo. O senhor pode mudar de modelo, trocar superministros por ministros 'super bock' ou 'super swap', mas a sua política está no centro da crise, enquanto não se livrar deste Governo o país não tem solução", concluiu.

Por seu lado, o chefe do Governo confessou ter "dificuldade em compreender porque é que há partidos que entendem que para conseguir fechar o programa com êxito se deve falar também com o BE".

"O país inteiro sabe que o BE não quer que Portugal honre os seus compromissos, que cumpra o seu programa, que não vive bem dentro do euro e do tratado orçamental que existe na Europa", acusou Passos Coelho.

Pedro Passos Coelho criticou João Semedo por apresentar "um quadro negro" do país e apontou os últimos números do Eurostat que dão conta de um crescimento na produção industrial em Portugal: "Cada um valoriza o que quer, eu valorizo os sinais positivos".

"Portugal foi o país com o terceiro maior crescimento homólogo na produção industrial, se olharmos então para maio, foi mesmo o país que registou o maior crescimento. Quero apenas sublinhar que esta indicação e este sinal não é tão irrelevante quanto isso, porque a verdade é que estamos a conseguir há vários meses, há mais de três, mostrar sinais de retoma da nossa produção industrial", assinalou.

ATF// SMA

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.