União Económica e Monetária é espaço estranho à procura de uma política - Carlos Costa

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Porto Canal / Agências

Porto, 12 jul (Lusa) -- O governador do Banco de Portugal defendeu quinta-feira que a União Económica e Monetária é hoje um espaço "muito estranho", à procura de uma política, considerando que o processo de integração da União Europeia acontece numa sucessão entre problema/solução/problema.

Carlos Costa falava na quinta-feira à noite no Porto, no encerramento do ciclo de conferências "O Imaterial2", em Serralves -- sessão que contou também com a participação do ex-presidente da Assembleia da República Jaime Gama -- tendo o governador do Banco de Portugal defendido que a saída para a Europa é que esta seja mais integrada, mais equipada e mais legitimada.

"Nós temos que constatar que a União Europeia, sobretudo a União Económica e Monetária, é hoje um espaço muito estranho porque tem uma balança de pagamentos excedentária, tem uma situação muito diferenciada em termos de crescimento económico, tem uma situação muito diferenciada em termos de deficit e tem uma situação muito diferenciada em termos de desemprego", declarou.

Segundo o economista, a União Económica e Monetária "é um espaço à procura de uma política", que será aquela vai trazer "o crescimento a esse mesmo espaço", antecipando que esta política "há-de resultar da coordenação das políticas económicas e da existência de uma entidade que pense o todo e que se responsabilize pelo todo e esteja legitimada para pensar o todo".

"A lógica da União Europeia, a lógica de integração, é uma lógica de que a cada problema sucede-se um novo problema e cada novo problema desencadeia um processo primeiro de dramatização e, de seguida, uma solução que por sua vez há-de gerar um novo problema. E é nesta sucessão entre problema/solução/problema que o processo de integração europeia se gera", explicou.

Na opinião do governador do Banco de Portugal, esta situação acontece porque, "de cada vez que se coloca um problema, o custo de oportunidade de não o resolver é superior ao custo da solução e quando o custo de oportunidade se torna claramente superior ao custo da solução, a vontade converge e o processo de integração acelera-se".

Carlos Costa disse ainda que neste momento a União Europeia "tem um ator ausente que é um verdadeiro executivo que se responsabilize pelo que se passa com o todo".

"Quem gere o todo não está habilitado com os instrumentos para se responsabilizar pelo todo e simultaneamente não há nenhuma maioria de suporte que lhe possa nem conferir um mandato nem depois ser responsabilizada pela forma como se gere o todo. Este é o grande problema da legitimidade", observou, esperando uma "maior legitimidade" a partir das próximas eleições para o Parlamento Europeu.

JF // PNE.

Lusa/Fim

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