PJ interessou-se "particularmente" por documentos de 2013 na Câmara de Gaia

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Porto Canal / Agências

Porto, 18 set (Lusa) -- A Câmara de Gaia indicou hoje que a Polícia Judiciária foi às suas instalações em julho para recolher documentos "particularmente" sobre 2013, último ano do anterior mandato, precisando que não se tratou de buscas a coberto de mandado judicial.

"A Polícia Judiciária fez, na última semana de julho, diligências junto do [atual] presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, para obter documentos que foram integralmente entregues", refere um comunicado emitido, ao final da tarde de hoje, pelo gabinete do autarca.

"Todos os documentos solicitados diziam respeito ao anterior mandato, incidindo particularmente no ano de 2013", frisa o texto, clarificando que "não se tratou de buscas com mandato judicial, mas sim de diligências diretas feitas pelos inspetores da Polícia Judiciária".

A essas diligências, a Câmara Municipal correspondeu, fornecendo "todas as informações solicitadas".

Eduardo Vítor Rodrigues nada mais adianta "por imposição de segredo de justiça".

A Câmara de Gaia, atualmente dirigida pelo PS, já tinha confirmado hoje à Lusa que a Polícia Judiciária procurou "vastos documentos" da autarquia e das empresas municipais Águas de Gaia e Gaianima relativos ao mandato anterior, liderado pelo social-democrata Luís Filipe Menezes.

Por seu lado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou hoje estar a investigar casos relacionados com o ex-autarca de Gaia, Luís Filipe Menezes, adiantando que "até ao momento não foram constituídos arguidos".

Em resposta escrita enviada à Lusa, fonte oficial da PGR referiu que "a matéria objeto de notícias hoje publicadas encontra-se em investigação e está em segredo de justiça".

Fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que a PJ está a investigar Luís Filipe Menezes, como noticia hoje o Correio da Manhã (CM).

Em causa estarão divergências de milhões entre o que o social-democrata possui e o que declara, adianta o CM, acrescentando que terá sido pedido o levantamento do segredo bancário do ex-autarca.

A Lusa tentou contactar Luís Filipe Menezes, o que não conseguiu, mas o ex-autarca escreveu na sua página pessoal da rede social Facebook, Menezes que desconhecia "completamente a infâmia" descrita no CM.

"Desconheço completamente a infâmia lá descrita", refere, acrescentando ter visto a notícia do CM sobre o seu património e seriedade "com revolta e perplexidade".

O antigo presidente da Câmara de Gaia adianta ainda que responderá de imediato "com todos os meios que o Estado de Direito tem à sua disposição".

Também a revista Visão, numa reportagem de 11 páginas, hoje publicada, adianta que "serão, pelo menos, uma dúzia, os concursos e ajustes diretos celebrados no último mandato de Luís Filipe Menezes que a PJ está a esgravatar".

"A investigação terá surgido na sequência de várias denúncias públicas ocorridas durante a última campanha autárquica no Porto em que o antigo líder do PSD foi acusado pelos seus adversários de passar todos os limites de gastos permitidos numa candidatura local", refere.

Segundo a revista, a PJ estará a "passar a pente-fino" os valores gastos em propaganda pela autarquia, a contratação de empresas de comunicação e pedidos de pareceres jurídicos.

JGJ/SYF (JAP/JF) // JGJ

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