Amares, 18 set (Lusa) - O Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) considerou hoje que o Agrupamento de Centros de Saúde Gerês/Cabreira vive num clima de "mal-estar, conflitualidade e degradação institucional verdadeiramente intolerável", por causa do comportamento "autocrático e colérico" do diretor executivo.

Em comunicado, o SMN acusa o diretor executivo daquele agrupamento, Jorge Cruz, de ameaças, imposições ilegais, desrespeito pelas autonomias técnicas, funcionais e organizativas dos profissionais e das equipas e de comportamentos grosseiros.

Para o sindicato, na base desta situação está a escolha para o cargo de diretor executivo de uma pessoa que, "para além de não possuir qualquer experiência no sector e, muito menos, formação compatível, condições exigidas por lei, também não detém competências técnicas e de liderança mínimas para o cargo que lhe foi oferecido".

O SMN diz que a nomeação de Jorge Cruz, em julho de 2012, ocorreu por indicação do atual presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), Luís Castanheira Nunes, "seu correligionário e conterrâneo".

Essa nomeação, acrescenta o sindicato, "corporizou um degradante episódio de tráfico de influências e favorecimentos partidários, tendo Barcelos como principal ponto de partida".

O sindicato refere que Jorge Cruz foi secretário da presidência da Câmara Municipal de Barcelos entre 1991 e 2009, tendo ficado "desempregado" quando o PS ganhou aquela autarquia, até então detida pelo PSD.

A Lusa tentou ouvir Jorge Cruz, mas ainda foi possível até ao princípio da tarde.

Contactada também pela Lusa, a ARSN escusou-se, liminarmente, a comentar as críticas do sindicato.

O responsável pela comunicação da ARSN avançou que na segunda-feira o vice-presidente daquele organismo esteve reunido, em Amares, com o pessoal médico do Agrupamento de Centros de Saúde Cabreira/Gerês, para concertar "um novo modelo de escalas" no serviço complementar de atendimento noturno.

Esse novo modelo de escalas, exigido pelos profissionais do agrupamento, entrará em funcionamento a 01 de outubro.

O agrupamento abrange os concelhos de Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde.

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