Pires de Lima diz que é cedo para perceber impacto na economia do caso BES

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 set (Lusa) -- O impacto da intervenção do Banco de Portugal no Banco Espírito Santo (BES) só será conhecido mais para a frente, considerou hoje o ministro da Economia, Pires de Lima, admitindo que este problema constitui uma "adversidade" para a retoma económica.

"Eu para já não assumo nada, porque acho que o tempo é o melhor aferidor dessas questões, que são questões complexas", afirmou aos jornalistas o governante, à margem de um encontro com os responsáveis da Cisco, em Oeiras.

Pires de Lima tinha sido questionado sobre as considerações feitas pelo Governo no anteprojeto das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2015 sobre o impacto esperado da intervenção no BES.

"Já ouvi dizer e concordo: este é um problema que dispensávamos nesta recuperação da nossa economia. Eu acho que já fui bastante enfático em relação a estes casos que, de alguma forma, constituem adversidades assumidas por mim neste processo de recuperação económica", assinalou.

E reforçou: "É um braço-de-ferro. Há forças que puxam para o lado certo, há outras que puxam para o lado que nós não gostaríamos, mas no final o que eu acho que prevalece dos indicadores da confiança económica, das nossas exportações, da evolução da nossa economia, é que o lado que puxa positivamente pela economia -- também ajudado pelo Governo e pelo Ministério da Economia -- e que é constituído por muitos empresários, muitos trabalhadores do setor privado e da administração pública está a vingar positivamente e isso é aquilo que é importante".

Sobre as mexidas na administração do Novo Banco, Pires de Lima não quis prestar declarações.

"O risco assumido pelo sistema financeiro português com o custo da resolução do BES impõe pressão acrescida sobre os processos de reestruturação e reforço de capitais e terá previsivelmente consequências sobre a capacidade de concessão de crédito à economia e, consequentemente, sobre o investimento privado e o crescimento do produto" interno bruto, lê-se na proposta do Governo das GOP enviada aos parceiros sociais no passado fim-de-semana, a que a Lusa teve acesso.

O Banco de Portugal confirmou no domingo que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo na semana passada, apenas dois meses depois de ter sido nomeado.

No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

DN // ATR

Lusa/fim

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