Bastonário da OTOC considera que Cavaco "deu uma sapatada no PSD e no CDS"

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 11 jul (Lusa) -- O bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues Azevedo, considerou hoje que o Presidente da República "deu uma sapatada no PSD e no CDS", dizendo-lhes "ponto final, vamos marcar eleições!'.

Domingues Azevedo manifestou-se ainda "surpreendido pela positiva" com a "leitura correta" que o Presidente da República fez da situação política do país, considerando que "a austeridade, a forma como estava a ser conduzido todo este processo e a forma como foi negociado o prazo para Portugal cumprir o programa de assistência financeira tornavam inviável esse objetivo", afirmou à Lusa.

"O presidente fez duas coisas muito simples, primeiro, deu uma sapatada no PSD e no CDS, na medida em que, antecipadamente e a prazo, lhes disse: 'os senhores não servem! Ponto final, vamos marcar eleições.' E depois procurou uma espécie de concertação nacional, de esforço extra daqueles que tiveram responsabilidades de governação no sentido de se entenderem até 2014 e encontrarem um consenso capaz de gerir o país", afirmou

À margem da Conferência "A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos", organizada pela OTOC e a rádio TSF, no âmbito da apresentação do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2011/2012, Domingues Azevedo admitiu que "não estava à espera" da proposta de Cavaco Silva, que considerou "adequada às necessidades de Portugal e à história deste processo".

"Só me resta felicitar o Presidente e esperar que os partidos políticos tenham a inteligência para perceber que há momentos na nossa vida em que, não nos descaracterizando, temos que dar as mãos para construir alguma coisa melhor", disse.

E a "coisa melhor", acrescentou, "passa por renegociar o mais rapidamente possível este memorando com a 'troika'. Aquilo que foi feito desde 2011 são erros de estratégia e de conceção do funcionamento da economia", rematou.

O Presidente da República propôs quarta-feira, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.

Cavaco Silva considerou também "extremamente negativo para o interesse nacional" a realização imediata de eleições legislativas antecipadas.

A declaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 02 de julho.

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