Vítor Bento sai do dois meses após ter chegado ao BES por "dever patriótico"

Vítor Bento sai do dois meses após ter chegado ao BES por "dever patriótico"
| Economia
Porto Canal

Vítor Bento abandona a liderança do Novo Banco dois meses depois de ter aceitado liderar o BES, cargo que assumiu por "dever patriótico" antes de o fim do banco como existia até então o ter tornado presidente do Novo Banco.

O jornal Expresso avançou na sua edição de hoje que a administração do Novo Banco está de saída, uma informação entretanto confirmada pela equipa de gestão da instituição, liderada por Vítor Bento, que em comunicado deu conta que, durante a semana, apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos, mas garantindo que não sai "em conflito com ninguém".

A saída da equipa de Vítor Bento é atribuída pelo Expresso à rejeição pelo banco central da estratégia de longo prazo que apresentaram. De acordo com o jornal, o governador do BdP quer vender o Novo Banco o mais rápido possível e diretamente a uma outra instituição bancária, enquanto Vítor Bento e a restante equipa defendem um projeto a médio prazo e com dispersão de capital em bolsa.

Também o ministro da Economia, Pires de Lima, defendeu esta semana em entrevista ao Diário Económico que o Novo Banco devia ser vendido o mais rapidamente possível.

O nome de Vítor Bento surgiu, no início de julho, como a solução para o BES, quando a equipa de Ricardo Salgado já estava de saída do banco, por ordem do Banco de Portugal, e depois de o nome de Amílcar Morais Pires (administrador financeiro e braço direito de Salgado) não ter sido consensual para substituir o líder histórico.

Inicialmente, o então presidente da gestora da rede Multibanco SIBS apenas queria assumir o cargo depois de fechadas e apresentadas as contas do primeiro semestre, referentes à gestão de Ricardo Salgado, mas foi ultrapassado pela sucessão dos acontecimentos.

Após uma reunião extraordinária da administração do BES num domingo, na segunda-feira 14 de julho o BES abriu portas com Vítor Bento como presidente executivo, José Honório como vice-presidente e João Moreira Rato como administrador financeiro. No dia seguinte, em mensagem aos colaboradores, Vítor Bento disse que a sua prioridade era "reconquistar a confiança dos mercados", "pondo fim à especulação e abrindo caminho a um novo capítulo" na instituição financeira.

Mas as semanas seguintes revelar-se-iam alucinantes e seria aberto um novo capítulo na história do BES. Bento viria a assumir isto mesmo, na entrevista que deu à SIC no início de agosto: "Quando o desafio me foi colocado era muito menos dramático".

Em apenas mês, Vítor Bento assumiu a liderança do BES, apresentou os maiores prejuízos semestrais de sempre da história empresarial em Portugal (3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre, referentes ainda à gestão de Ricardo Salgado) e, no início de agosto, passou a presidente do Novo Banco, instituição financeira resultante da cisão do BES e que ficou com os ativos considerados não problemáticos.

O Novo Banco recebeu uma capitalização de 4.900 milhões de euros do fundo de resolução bancário, que foi buscar a maior parte do dinheiro a um empréstimo do Tesouro (3.900 milhões de euros), enquanto o restante valor foi colocado pelos bancos que participam no fundo.

À semelhança do que aconteceu com a presidência do BES, também a liderança de Vítor Bento à frente do Novo Banco foi curta. O Banco de Portugal procura agora uma nova equipa de gestão.

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