Igreja seiscentista de Viana em risco será recuperada com fundos comunitários
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 11 jul (Lusa) - Uma igreja seiscentista no centro da cidade de Viana do Castelo em risco de colapso, vai ser recuperada com fundos comunitários, através de uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal, foi hoje anunciado.
Trata-se, segundo o município, de uma obra "urgente" de consolidação na igreja do Convento de Santo António e que envolverá um protocolo entre a Câmara de Viana do Castelo, que vai liderar o processo, e a paróquia de Santa Maria Maior, nesta cidade.
Esta será a segunda fase dos trabalhos de recuperação, após uma intervenção urgente de consolidação nas fundações, que custou mais de 25 mil euros, suportados pelo município. Seguem-se trabalhos ao nível da cobertura, avaliados em 78 mil euros e candidatados pela Câmara ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), numa comparticipação esperada de 85% do total.
"Esperamos que até ao final do mês de julho a candidatura possa ser aprovada, porque já está em apreciação, para podermos fazer o ajuste direto para a sua realização, visto que é uma obra de intervenção rápida, que tem de ser feita ainda antes do próximo inverno", explicou o autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Segundo o pároco local, um relatório do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) apontava em 2012 para o risco de "derrocada" ao nível da parede norte e dos telhados daquele templo, construído em 1625 e considerado como um exemplar único da época e descrito pelos especialistas como possuindo "características arquitetónicas muito importantes".
"Esta igreja era propriedade da Câmara Municipal, mas foi-nos cedida há cerca de seis anos, já muito debilitada. O problema é que, sozinhos, não temos recursos financeiros para assumir esta reabilitação", admitiu o padre Armando Dias.
Dada a falta de recursos financeiros da paróquia, será a autarquia a suportar a componente nacional desta candidatura, que visa travar o "avançado estado de degradação" do templo, que por motivos de segurança está fechado há cinco anos.
"As avaliações que foram feitas indicavam que estava em risco de colapso. É uma pena enorme o estado a que chegou, nomeadamente porque no interior tem uma talha riquíssima, frescos do século XVII e duas catacumbas lindíssimas", reconheceu o padre Armando Dias.
PYJ // HB
Lusa/fim