Redação, 11 set (Lusa) -- A Câmara de Oliveira do Hospital exigiu hoje a inclusão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTGOH), estabelecimento do Politécnico de Coimbra sediado naquele concelho, no programa de bolsas para estudar no interior do país.

Numa moção hoje aprovada lê-se que a ESTGOH, "estranhamente", não foi abrangida pelo programa "+Superior", apesar de ser a única escola de ensino superior no Pinhal Interior Norte, "território de baixa densidade demográfica e perfeitamente alinhado com os objetivos estratégicos definidos" por este programa do Ministério da Educação e Ciência, que quer atrair estudantes para as regiões do interior com menos população.

A iniciativa, que passa pela atribuição de uma bolsa de 1.500 euros, contempla um máximo de mil alunos e 12 instituições de ensino superior fora das grandes áreas urbanas.

Segundo a moção, aprovada por unanimidade, o estabelecimento de ensino de Oliveira do Hospital está a cerca de 80 quilómetros de Coimbra, cujo Politécnico "tem promovido a transferência injustificada de cursos atrativos existentes na ESTGOH para outras" suas escolas.

"A Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Seia, pertencente ao Instituto Politécnico da Guarda, a título de exemplo comparativo e por proximidade geográfica, é contemplada pelo programa '+Superior'", pelo que, "pelo princípio da equidade e do igual tratamento, devem ser dadas as mesmas oportunidades a escolas com realidade tão semelhantes", defende o documento.

Também o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, "com escolas descentralizadas em Viana do Castelo, Ponte de Lima, Valença e Melgaço, faz parte das instituições beneficiárias do programa", refere a moção, sustentando que a ESTGOH, situada no "interior da região centro", tem uma localização "mais periférica" do que nestes casos.

À agência Lusa, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, alegou que "o Governo, mais uma vez, discrimina o concelho e a sua escola ao excluir a possibilidade dos alunos se candidatarem ao programa + Superior".

Ameaçando recorrer aos tribunais para ver alterada a situação, José Carlos Alexandrino, eleito pelo PS, referiu que os alunos da Escola Superior de Seia, que está a 15 quilómetros de Oliveira do Hospital, podem beneficiar das bolsas, e lamentou a "discriminação negativa" em relação aos alunos do concelho.

O autarca adiantou que, no caso de Viana do Castelo, as escolas distam menos quilómetros em relação à sede do Politécnico do que a de Oliveira do Hospital a Coimbra.

Expressando surpresa e, sobretudo, indignação por esta situação, José Carlos Alexandrino alega que o município "tem sido sempre prejudicado por medidas deste Governo", de que exemplificou a extinção de freguesias, a criação de mega agrupamentos escolares, a desqualificação do tribunal, a falta a médicos "e, por último, este despacho".

"Há um conjunto de medidas sempre em desfavor do meu concelho, que não percebo, e não quero acreditar que seja uma motivação política", declarou o presidente do município, que pede a alteração do despacho em missiva também dirigida ao secretário de Estado do Ensino Superior, da qual deu conhecimento ao ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional.

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