CGTP acusa Cavaco de condicionar democracia
Porto Canal / Agências
Lisboa, 10 jul (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou hoje que a solução política proposta pelo Presidente da República para o país é "um condicionamento gravíssimo à democracia" e defendeu a marcação de eleições imediatas.
"A declaração do Presidente da República é o reconhecimento do fracasso da política do Governo, mas é um condicionamento gravíssimo ao exercício da democracia", disse à agência Lusa Arménio Carlos.
O Presidente da República propôs hoje, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.
Cavaco Silva considerou também "extremamente negativo para o interesse nacional" a realização imediata de eleições legislativas antecipadas.
Para o líder da CGTP "tudo justifica eleições no imediato e remetê-las para 2014 é o mesmo que aprofundar a agonia em que o país vive".
"Defendemos a marcação de eleições já, sem condicionalismos ou constrangimentos, em que os portugueses possam votar em quem quiserem", disse.
O sindicalista considerou que o presidente Cavaco Silva, ao condicionar a marcação de eleições legislativas à vontade de três partidos, teve uma atitude "própria do período político que se viveu há 40 anos atrás.
A declaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 02 de julho.
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