Presidente da APS estranha ausência de investimento português no sector

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 10 set (Lusa) -- O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale, estranha que os portugueses não estejam a aproveitar as oportunidades de investimento que têm aparecido no setor segurador, mas desvaloriza o crescente domínio estrangeiro das seguradoras.

"O que me tem surpreendido é que não haja realmente investidores portugueses a fazer investimento no setor segurador, que é uma área que tem tido quase sempre resultados positivos e retorno de capitais interessantes", afirmou Seixas Vale.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da APS lembrou que "há mercados na Europa que não têm nenhuma companhia nacional", considerando que "mais do que a propriedade importa o modelo de gestão que se imprime às empresas".

Depois da venda da área seguradora da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à empresa chinesa Fosun e da perspetiva de alienação da Tranquilidade à gestora de fundos norte-americana Apollo, Seixas Vale considerou que "é uma pena" a falta de investimento português no setor.

"Espanta-me que portugueses não queiram entrar num setor que tem tido resultados, tem conseguido gerir o ciclo menos favorável de uma forma boa. Como português, gostaria que existissem mais empresas portuguesas", acrescentou.

Seixas Vale defendeu que "o setor segurador, ao contrário do que a maioria das pessoas diz, é extraordinariamente dinâmico".

Neste contexto, o presidente da APS admite que a mudança de propriedade das seguradoras pode "implicar algumas reestruturações", mas realça que a tendência ao longo do tempo tem sido de manutenção do nível de emprego.

"Estes processos normalmente implicam algumas reestruturações, mas isso é a lei da vida. Até porque estamos numa fase mais positiva da atividade económica", acrescentou.

O lucro das seguradoras caiu 40% para 270 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma queda que sem resultados extraordinários seria de 8,8%, penalizada pelo agravamento da sinistralidade nos ramos de acidentes de trabalho e automóvel.

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale, se fossem excluídas as receitas extraordinárias realizadas no primeiro semestre de 2013, de cerca de 160 milhões de euros com a venda antecipada de carteiras no ramo Vida, os 270 milhões de euros de lucros alcançados no primeiro semestre deste ano comparariam com os 296 milhões alcançados na primeira metade de 2013.

JNM // MSF

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