Teixeira dos Santos estranha solução comum para todos os contratos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 10 jul (Lusa) - O ex-ministro das Finanças do anterior Governo Teixeira dos Santos admitiu hoje estranhar que o atual Executivo tenha encontrado a mesma solução para todos os contratos 'swap', realçando que "coisas diferentes exigem soluções diferentes".
Adiantando não estar "em condições de fazer um juízo" sobre a solução encontrada pelo atual Governo para evitar as perdas potenciais dos 'swaps' para o Estado, Teixeira dos Santos admitiu estranhar "à partida" que os contratos "se tenham resolvido todos da mesma maneira, porque eles são diferentes".
"Haverá informações de que não disponho quanto à previsão da evolução da taxa de juro que aconselharam esta decisão, mas à partida estranho que se tenham resolvido todos da mesma maneira, porque eles são diferentes", declarou o antigo governante, na comissão parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro ('swap') por Empresas do Setor Público, onde está a ser ouvido.
Teixeira dos Santos defendeu que, tendo em conta que "existem 'swap' com diferente natureza, esperaria que houvesse soluções diferenciadas".
"E se calhar eventualmente alguns deles deviam manter-se", acrescentou.
A investigação aos contratos derivados de taxa de juro ['swap'] subscritos por várias empresas públicas, sobretudo da área dos transportes, detetou contratos problemáticos com elevadas perdas potenciais para o Estado.
Este caso levou à demissão de dois secretários de Estado (Juvenal Peneda e Braga Lino) e de três gestores públicos (Silva Rodrigues, Paulo Magina e João Vale Teixeira) e ainda à criação da comissão parlamentar de inquérito, que está atualmente na fase de audições.
O Governo, por seu lado, decidiu cancelar os contratos problemáticos existentes tendo pago, segundo informação início de julho, 1.008 milhões de euros aos bancos para anular 69 contratos com nove bancos com perdas potenciais de cerca 1.500 milhões de euros.
Persistem ainda 1.500 milhões de euros de perdas potenciais face aos 3.000 milhões inicialmente estimados no final do ano passado.
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