Cavaco propõe compromisso entre PSD, PS e CDS e eleições em 2014
Porto Canal
O Presidente da República propôs hoje um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.
"No contexto das restrições de financiamento que enfrentamos, a recente crise política mostrou, à vista de todos, que o país necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS", afirmou o chefe de Estado, numa comunicação ao país.
"Irei contactar de imediato os responsáveis dos partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento para analisarmos a solução que proponho", afirmou, sem nunca se referir explicitamente à solução apresentada publicamente pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no sábado e que passava pela subida do líder do CDS-PP e ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a vice primeiro-ministro.
Sublinhando que dará o seu "firme apoio" a esse acordo que, na "atual conjuntura de emergência, representa verdadeiramente um compromisso de salvação nacional", Cavaco Silva elencou os três pilares fundamentais em que o acordo deve assentar.
Primeiro, referiu o Presidente da República, o compromisso terá que estabelecer "o calendário mais adequado para a realização de eleições antecipadas".
"A abertura do processo conducente à realização de eleições deve coincidir com o final do Programa de Assistência Financeira, em junho do próximo ano", defendeu.
Em segundo lugar, continuou o chefe de Estado, o compromisso de salvação nacional deve envolver os três partidos que subscreveram o memorando de entendimento, "garantindo o apoio à tomada das medidas necessárias para que Portugal possa regressar aos mercados logo no início de 2014 e para que se complete com sucesso o programa de ajustamento".
"A posição negocial de Portugal sairia reforçada, evitando novos e mais duros sacrifícios aos Portugueses", enfatizou.
Por último, o Presidente da República apontou a necessidade de se tratar de um acordo de médio prazo que assegure "desde já que o Governo que resulte das próximas eleições poderá contar com um compromisso entre os três partidos que assegure a governabilidade do País, a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da nossa economia e a criação de emprego".