Lisboa, 09 set (Lusa) - O secretário-geral da UGT disse que recebeu hoje a garantia do ministro da Economia, Pires de Lima, de que a fusão da Refer com a Estradas de Portugal (EP) não tem como objetivo a redução do número de trabalhadores.

À saída da reunião com o ministro da Economia, Carlos Silva disse que António Pires de Lima garantiu que o objetivo da fusão das duas empresas públicas "não tem a ver com a redução do número de trabalhadores".

O dirigente sindical explicou que as declarações públicas do presidente da EP, António Ramalho, que admitiu a possibilidade de haver um redução do número de trabalhadores após a fusão, deixaram os sindicatos "em alerta" e os trabalhadores "em pânico".

"Ninguém poderá garantir a segurança dos postos de trabalho, em nenhuma circunstância, neste momento", afirmou António Ramalho.

Em declarações aos jornalistas, Carlos Silva adiantou que recebeu também a garantia do Governo que "os sindicatos vão ser chamados à mesa das negociações para acompanhar o processo".

Esta fusão vai permitir ao Estado poupar 1.000 milhões de euros nos próximos cinco anos, mais do dobro das estimativas iniciais.

O Governo estimava poupanças entre os 350 e 400 milhões de euros nos próximos cinco anos com a fusão das duas empresas públicas, mas o trabalho desenvolvido para a concentração da gestora rodoviária e ferroviária na Infraestruturas de Portugal permitiu rever em alta as poupanças obtidas com o processo.

O duplicar das estimativas iniciais resulta de "sinergias operacionais maiores do que o previsto" e da "racionalização e venda de ativos imobiliários e partes do negócio", adiantou fonte do Ministério da Economia.

No primeiro ano da fusão, as poupanças podem alcançar os 75 milhões de euros, face aos 50 milhões de euros inicialmente estimados.

A nova empresa - Infraestruturas de Portugal - contará com mais de 4.000 trabalhadores - dos quais 1.090 da Estradas de Portugal e 2.955 da Refer - e será gestora de 13.515 quilómetros de rodovia e 2.794 quilómetros de ferrovia.

Na agenda da reunião da manhã de hoje, esteve ainda a saída definitiva do Estado do capital dos CTT.

"Independentemente do Governo já não ter intervenção no Conselho de Administração não se pode demitir da responsabilidade de poder fazer 'démarches' [tentativa de se fazer alguma coisa] para que o acordo da empresa seja salvaguardado bem como o património de uma empresa com mais de 500 anos", declarou.

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