Lagarde "não estava a pensar no caso português" - Poiares Maduro

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Porto Canal / Agências

Guarda, 08 set (Lusa) - O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional disse hoje que a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) não estava a pensar em Portugal quando disse que Espanha é o único país da zona euro a progredir devido às reformas estruturais.

"Quanto ao conteúdo concreto, e penso que a senhora Lagarde não estava sequer a referir-se ou a pensar no caso português, [mas] o que é importante atender é que ainda recentemente, relativamente à questão do mercado de trabalho em que essas declarações se inseriam, Portugal no 'ranking' de competitividade subiu 40 posições", disse o ministro Poiares Maduro aos jornalistas, na Guarda, à margem da inauguração de uma nova linha de montagem da empresa SODECIA.

A Espanha é o único país da zona euro a progredir devido às reformas estruturais que começam a dar resultados, disse a diretora do FMI, apelando aos outros Estados que "passem das palavras aos atos".

"O único país que progride, apesar de não ser suficiente" para absorver a bolsa de desempregados "é a Espanha", afirmou Christine Lagarde numa entrevista divulgada hoje pela emissora francesa "Radio Classique".

Questionado pelo assunto, o ministro Poiares Maduro lembrou que Portugal é o país da União Europeia "que no último ano teve a maior descida da taxa de desemprego, criámos 90 mil postos de trabalho líquidos".

"É esta evolução positiva que eu acho que nós temos de notar e sobretudo procurar aprofundar, porque apesar de termos tido uma evolução muito positiva do emprego no último ano em Portugal ele continua a estar a níveis inadmissíveis", disse.

Acrescentou que para o país continuar a criar mais emprego e voltar a trazer a taxa de desemprego a níveis que sejam aceitáveis, "a competitividade é fundamental" e projetos como aquele que hoje visitou "são muito importantes a esse nível".

Segundo o governante, é com a competitividade internacional e com a competitividade económica "que assenta na inovação" que o país vai "conseguir criar crescimento económico e emprego".

"Portugal teve, como disse, no último ano, a maior descida de taxa de desemprego na União Europeia. Como disse, isto não nos satisfaz, é uma taxa de desemprego, em qualquer caso, mais baixa já do que a espanhola, por exemplo, mas está muito longe de nos satisfazer", sublinhou.

Disse ainda que Portugal continua a ter, no contexto da União Europeia, "uma das maiores taxas de desemprego" e é por isso que a "grande aposta continua a ser o crescimento económico" e na competitividade.

Assegurou ainda que no quadro do próximo ciclo de fundos europeus, "a grande fatia de financiamento" que vai ser atribuída "é para as empresas, para gerar emprego, para gerar crescimento económico, para gerar uma competitividade que como eu tenho dito, tem de ser uma competitividade inteligente, que nos faça ganhar nos mercados globais, partindo daquilo que são também os recursos que existem no nosso território".

ASR (JCS). // VC

Lusa/fim

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