Futuro dos jovens médicos em análise no Porto

| Norte
Porto Canal / Agências

Porto, 21 mai (Lusa) - O numerus clausus excessivo, a falta de vagas para o acesso ao internato médico e o congelamento das contratações do Estado são assuntos em debate numa conferência a realizar quarta-feira, no Porto, sobre "O futuro dos jovens médicos".

"É esta a situação vivenciada pelos jovens médicos em Portugal. O futuro poderá ter de passar pela emigração", afirmou António Marques Pinto, presidente pela Associação dos Jovens Médicos (AJOMED), que organiza o encontro.

O dirigente da AJOMED salientou que a abertura de um elevado número de vagas nos cursos de medicina portugueses, mesmo contra a indicação das escolas médicas, gerou um excesso de médicos recém-formados que não poderão ser devidamente treinados.

"Não existe capacidade formativa suficiente, no âmbito do internato médico, para assimilar o número de estudantes que termina os cursos de medicina. Por isso, estes jovens, que ingressaram num dos cursos mais exigentes do país e obtiveram qualificações de elevada qualidade, poderão ficar sem emprego e sem alternativas, porque não poderão exercer a sua profissão sem realizar o Internato", acrescentou.

A Associação dos Jovens Médicos considera que "a situação resulta da falta de articulação que existe entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação e Ciência. Há um desajuste significativo entre a oferta e a procura. Os argumentos das faculdades de medicina nacionais, que têm sido obrigadas a abrir vagas para mais alunos do que aqueles que conseguem suportar, não têm sido suficientes para travar a situação".

Assim, refere o dirigente da AJOMED, "contrariamente ao que se verificava há poucos anos, já há médicos a emigrar e a atual conjetura socioeconómica deve agravar o cenário e levar o país a perder recursos humanos de elevada qualidade e cuja formação foi essencialmente financiada pelo Estado".

Na conferência participam Agostinho Marques (diretor da FMUP), Álvaro Almeida (ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde), Roberto Pinto (coordenador do Conselho Nacional do Médico Interno), Luís Portela (presidente do Grupo BIAL e do Health Cluster Portugal), Miguel Guimarães (presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos) e Manuel Pizarro (ex-secretário de Estado da Saúde e atual deputado à Assembleia da República).

Conta também com representantes de vários sindicatos médicos, membros de conselhos de administração de hospitais públicos e privados, bem como representantes de vários institutos e centros de investigação.

A AJOMED explica que a formação médica passa pela realização de seis anos de curso numa faculdade de medicina, mas não termina aí. Os recém-formados têm de realizar provas, ser aceites e concretizar um ano de internato comum, num hospital, por forma a complementaram a sua formação. Posteriormente, deverão ingressar no internato de especialidade, o que poderá durar entre quatro a seis anos a concluir, de acordo com a especialidade médica em causa.

No total, a formação de um médico pode demorar até 13 anos.

PM // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo

A Câmara de Gondomar aprovou esta sexta-feira, com os votos contra da oposição, o relatório e contas de 2023, que apresenta um saldo positivo de 610 mil euros, situação que o presidente atribuiu aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Terminaram buscas por jovem desaparecido em Gaia

As buscas permanentes pelo jovem de 16 anos desaparecido há uma semana no mar em Vila Nova de Gaia terminaram esta sexta-feira, sem sucesso, ao pôr-do-sol, revelou à Lusa o comandante da Capitania do Douro, Rui Lampreia.

Idoso carbonizado encontrado em Santa Maria da Feira

Um idoso foi encontrado morto já carbonizado em São João de Ver, no concelho de Santa Maria da Feira, avança o Correio da Manhã, citando fonte da GNR.