Penafiel, 29 ago (Lusa) - A Federação do Porto do Partido Socialista acusou hoje o primeiro-ministro de ter feito, no domingo, em Penafiel, afirmações "inaceitáveis e demagógicas" quando anunciou o lançamento do primeiro troço do IC35.

"Os últimos desenvolvimentos revelam-se demagógicos e inaceitáveis, à luz da legítima desconfiança com que as promessas deste Governo, quando se trata de salvaguardar o interesse público, a mobilidade e coesão das populações, nunca são, infelizmente, para levar a sério", lê-se num comunicado.

O documento é assinado pelo líder da federação, José Luís Carneiro, pelo deputado Fernando Jesus e pelos líderes das concelhias de Penafiel e do Marco de Canaveses.

O PS do distrito do Porto critica Pedro Passos Coelho por "argumentar sempre com a justificação da habitual falta de dinheiro".

"O Governo, ainda na oposição, sempre diabolizou o investimento público, fazendo uma campanha negra contra as infraestruturas rodoviárias, não pode agora queixar-se da renitência de Bruxelas relativamente à libertação para este efeito, das necessárias verbas", acrescenta-se no documento daquela federação socialista.

Em Penafiel, o primeiro-ministro disse à Lusa haver já condições para se avançar com o primeiro troço do IC35, entre Penafiel e Rans, numa extensão de quatro quilómetros. Sobre o resto da infraestrutura, até Entre-os-Rios (cerca de mais 12 quilómetros), o chefe do Governo disse depender das negociações que ainda decorrem com a União Europeia relativas ao próximo quadro comunitário.

Para o PS, compete a Pedro Passos Coelho "sensibilizar as autoridades europeias para uma questão de justiça e coesão social, como é o caso da mobilidade em estruturas rodoviárias que se enquadram no conceito de "last mile".

No comunicado, acrescenta-se que "este Governo não é de confiança e, com tantas contradições e promessas incumpridas", o PS "espera para ver a obra no terreno".

"O que se assiste é a uma manobra de propaganda! Esperemos, para bem das populações de Penafiel e do Marco de Canaveses, que seja para cumprir a promessa de construção do troço de Penafiel a Entre-os-Rios.

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