Joaquim Pinto na abertura do Cinema Ideal para apresentar "E agora? Lembra-me"

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 ago (Lusa) -- O Cinema Ideal, em Lisboa, abre quinta-feira com a estreia em sala do premiado filme de Joaquim Pinto "E agora? Lembra-me", com a presença do realizador, que apresenta a obra, segundo a distibuidora Midas Filmes.

Entre as 19:00 e as 21:00, e ainda antes da exibição do filme, o cinema abrirá portas para receber todos quantos apoiaram o projeto da Midas Filmes, como a Associação Mutualista Casa da Imprensa, a Câmara de Lisboa e duas instituições bancárias, entre outros.

Na sexta-feira, a sessão das 21:15 do filme de Joaquim Pinto será apresentada pelo crítico e investigador António Guerreiro e, no sábado, também às 21:15, pelo crítico João Lopes, que falará sobre a obra do realizador.

Na segunda e terça-feira, a obra será apresentada pelo escritor e poeta José Tolentino Mendonça e pela realizadora Rita Azevedo Gomes, com quem Joaquim Pinto colaborou. No domingo, após a sessão das 15:45, haverá um debate com Maria José Campos, revertendo a receita dessa sessão para o Grupo Português de Ativistas sobre tratamentos de VIH/Sida - Pedro Santos.

A Cinemateca Portuguesa promoverá, de 02 a 06 de setembro, uma retrospetiva da obra de Joaquim Pinto, que permitirá ver os filmes que assinou com Nuno Leonel, entre os quais "O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João", estreado na última edição do Indie Lisboa.

A retrospetiva permitirá ainda ver as obras que o realizador assinou a título individual.

"E Agora? Lembra-me" é uma reflexão sobre o tempo e a memória, as epidemias e a globalização, a sobrevivência além do expectável, a dissensão e o amor absoluto, de acordo com a apresentação da obra, que a define também como o caderno de apontamentos de um ano de ensaios clínicos com drogas tóxicas e ainda não aprovadas para o vírus da hepatite C, a que o realizador se sujeitou.

O filme estreou-se internacionalmente no Festival de Locarno, onde venceu o Prémio Especial do Júri e o Prémio da Crítica Internacional (Fipresci). Desde então, já foi apresentado em mais de vinte festivais, tendo ganhado vários prémios, como o Grande Prémio Cidade de Lisboa no DocLisboa, o Prémio de Melhor Filme no Festival de Valdivia e o Grande Prémio nos Encontros Internacionais do Documentário de Montréal.

Joaquim Pinto nasceu em 1957, no Porto. Trabalhou com Manoel de Oliveira, Raul Ruiz, Werner Schroeter e André Techiné, entre outros realizadores. Entre 1987 e 1996, produziu mais de 30 filmes, entre os quais "Recordações da Casa Amarela" e "A Comédia de Deus", ambos de João César Monteiro, e garantiu o som de mais de 100 filmes.

"Uma Pedra no Bolso" (1988) foi a sua obra de estreia, como realizador, apresentado no Festival de Berlim, à semelhança da segunda, "Onde Bate o Sol "(1989).

A recuperação do Cinema Ideal, o mais antigo da capital - que já foi Salão Ideal, depois Cinema Ideal, Cine Camões e Cine Paraíso - foi anunciada em dezembro do ano passado, pelos promotores, a Midas Filmes e a Casa da Imprensa.

A partir de sexta-feira, as primeiras sessões diárias do Cinema Ideal vão ser repartidas com a versão digital restaurada de "A desaparecida", de John Ford, clássico do cinema norte-americano, com John Wayne, Jeffrey Hunter e Natalie Wood, um dos dez melhores filmes de sempre, segundo a eleição da revista Sight and Sound, do British Film Institute.

Está igualmente prevista a estreia, a 11 de setembro - mês em que o Cinema Ideal cumpre 110 anos -, do filme "Os Maias", de João Botelho, na versão longa de realizador que, segundo o responsável da Midas Filmes, Pedro Borges, será um exclusivo do Cinema Ideal.

Numa parceria com a Cinemateca, herdeira dos filmes de Paulo Rocha (1935-2012), o novo espaço cultural irá também exibir a última longa-metragem deixada pelo realizador, intitulada "Se eu fosse Ladrão, roubava".

No âmbito desse trabalho com a Cinemateca, serão igualmente exibidas cópias restauradas de dois filmes de Paulo Rocha dos anos 1960 - "Os Verdes Anos" e "Mudar de Vida" - obras fundadoras do chamado Novo Cinema Português, a par de produções de outros cineastas, como Fernando Lopes, António da Cunha Telles ou José Fonseca e Costa.

O projeto de recuperação, do arquiteto José Neves (Prémio Secil de Arquitetura 2012), custou cerca de 500 mil euros, incluindo o equipamento.

O Cinema Ideal, localizado na rua do Loreto, à praça Camões, entre o Chiado e o Bairro Alto, tem perto de 200 lugares, uma cafetaria, uma livraria e vai estar aberto cerca de 14 horas por dia. Ao fim de semana terá sessões para famílias.

CP (AG/NL) // MAG

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