Líder dos Progressistas e Socialistas defende eleições antecipadas em Portugal
Porto Canal / Agências
Lisboa, 08 jul (Lusa) - O presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, Hannes Sweoboda, defendeu hoje uma clarificação política em Portugal com eleições legislativas antecipadas, alegando que o atual Governo PSD/CDS será sempre uma solução "fraca".
A posição do dirigente socialista austríaco Hannes Swoboda foi transmitida em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral do PS, António José Seguro, após um encontro entre ambos na sede nacional do PS.
"Não acredito que com meras mudanças no interior do executivo, dando novos postos a quem ainda há uns dias atrás resignou, se consegue resolver a crise política [em Portugal]. Penso que a crise política é mais profunda e considero que ninguém deveria ter receio de eleições, porque serão os cidadãos a decidir", declarou o socialista austríaco.
O presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas rejeitou mesmo a tese de que os mercados penalizariam Portugal a médio e a longo prazo caso o atual Governo caísse e o país realizasse eleições antecipadas.
"A segurança e a confiança exigidas pelos mercados seriam satisfeitas por uma evolução clara do país decidida pelos cidadãos", sustentou, antes de advertir não pretender interferir na política interna portuguesa.
"Mas é óbvio que este Governo [Pedro Passos Coelho e Paulo Portas] será fraco. É como roupas velhas. Caso se convoquem eleições antecipadas, num primeiro período breve os mercados até poderão reagir de forma volátil, mas após a eleição isso desaparecerá. Haverá então uma nova política, aquilo que eu espero, ou a até a mesma política, mas tendo já a confiança dos cidadãos", advogou Hannes Swoboda.
Na conferência de imprensa, o socialista austríaco fez também duras críticas à 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), apelidando este conjunto de instituições internacionais de "distroika", pelo seu "caráter destruidor de economias e de empregos".
Palavras que António José Seguro agradeceu ao socialista austríaco e que disse provarem que o PS está longe de se encontrar sozinho na defesa das suas posições a favor de eleições antecipadas em Portugal e por uma mudança na política europeia.
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