Maioria não tem "obsessão" com cortes, antes vontade firme de continuar recuperação - PSD
Porto Canal / Agências
Lisboa, 21 ago (Lusa) - O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, rejeitou hoje críticas da oposição de que o Governo e a maioria parlamentar tenham uma obsessão com cortes salariais, sublinhando a vontade "firme" de PSD e CDS-PP na recuperação económica do país.
"Ao contrário do que a oposição diz, esta maioria não tem nenhuma obsessão com cortes salariais ou de rendimento dos portugueses. O que esta maioria tem é uma vontade muito firme de continuar o caminho da recuperação financeira do país", declarou Montenegro aos jornalistas.
O líder parlamentar social-democrata falava no parlamento, no final de uma conferência de líderes que se seguiu à aprovação da realização de três plenários extraordinários nos dias 02, 04 e 11 de setembro, com críticas da oposição à "urgência inusitada" e "pressa" de PSD e CDS-PP em aprovarem mais cortes salariais para o setor público.
Montenegro, que falava ladeado pelo deputado Hélder Amaral, do CDS-PP, diz que se "não cumprir as metas" económicas e financeiras "significa mais dificuldade de financiamento do Estado português" e dificultará, por exemplo, a criação de novos postos de trabalho.
Hélder Amaral, por seu turno, lembrou que "a normalidade, a certeza e a confiança são os valores mais importantes na economia", insistindo na necessidade de se resolver em breve a questão dos cortes salariais.
À esquerda, o deputado António Braga (PS) lamenta que o Governo insista numa "política de cortes e retração da economia", com o Bloco de Esquerda (BE) a criticar a "pressa" do executivo nesta matéria, em vez de ter uma "vontade de melhorar a vida das pessoas e condução das contas públicas, da economia".
O PCP, pelo deputado António Filipe, aponta o dedo ao Governo dizendo que está a "subverter todas as regras para que os cortes salariais possam ser aplicados o mais depressa possível".
Na votação do projeto de deliberação apresentado pela maioria na reunião da comissão permanente da Assembleia da República, o PS absteve-se, enquanto o PCP, o BE e o Partido Ecologista "Os Verdes" votaram contra.
A proposta prevê que a 2 de setembro sejam reapreciados os decretos avaliados pelo Tribunal Constitucional - relativos aos cortes salariais e contribuição de sustentabilidade -, a 04 de setembro seja apreciado e votado o orçamento retificativo e a 11 de setembro seja feita uma eventual discussão e votação de normas do retificativo na especialidade e votação final global do documento.
Todos os plenários decorrerão às 15:00.
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