Prometida investigação transparente à morte de jovem negro nos EUA

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Porto Canal / Agências

Ferguson, Estados Unidos, 20 ago (Lusa) -- O procurador-geral norte-americano, Eric Holder, prometeu, na terça-feira, uma investigação transparente à morte do jovem negro, abatido a tiro por um polícia em Ferguson, no Missouri, incidente que está na origem de distúrbios há dez dias.

O procurador-geral, também de origem afro-americana, segue hoje para Ferguson, a pedido do Presidente Barack Obama. Eric Holder prometeu na terça-feira que a investigação "será completa, justa e independente", mas advertiu que vai levar tempo.

"Para iniciar o processo de reconciliação, os atos de violência devem parar nas ruas de Ferguson", apelou, considerando que as ações de uma minoria de indivíduos de fora de Ferguson "afetam gravemente, mais do que fazem avançar, a causa da justiça".

A tensão continuou na terça-feira na localidade situada nos arredores de Saint-Louis (centro dos Estados Unidos). A cólera dos habitantes foi aumentada nos primeiros dias pelas reticências da polícia local em revelar a identidade do agente incriminado e pela falta de transparência.

No início da noite de terça-feira, várias centenas de pessoas reuniram-se, segurando cartazes e entoando slogans.

Vários polícias antimotim, equipados com escudos e capacetes, mantinham-se à distância, mas conversando com os habitantes.

Desde a morte a 09 de agosto de Michael Brown, um jovem negro de 18 anos abatido por Darren Wilson, um polícia caucasiano de 28 anos, Ferguson tornou-se palco de confrontos e o símbolo de tensões raciais que persistem na sociedade norte-americana.

Os advogados da família de Michael Brown divulgaram, na terça-feira, que as cerimónias fúnebres do jovem, que serão públicas, vão ter lugar na próxima segunda-feira e decorrer sob a égide de "líderes nacionais" cuja identidade não foi ainda divulgada.

Após a morte de Michael Brown, foram pedidas pelo menos três autópsias, pelas autoridades locais, família e procurador-geral, para tentar apurar as circunstâncias.

As versões da polícia e de várias testemunhas divergem. Para uns, Michael Brown tinha tentado sacar a arma de um polícia que o abateu. Para várias testemunhas, incluindo um amigo que acompanhava a vítima, ele tinha as mãos no ar.

Os resultados da autópsia pedida pela família, tornados públicos na passada segunda-feira, indicam que o homem foi atingido com pelo menos seis balas. Segundo o Los Angeles Times, os resultados da segunda autópsia, requerida a nível federal, corroboram os da primeira.

A morte de Michael Brown ganhou uma dimensão nacional e reavivou o espectro dos conflitos raciais nos Estados Unidos.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou na terça-feira que "não há desculpa" para "excessos" policiais nem para "vandalismo" em Ferguson.

Obama também avisou os manifestantes que têm recorrido à violência e afirmou que saquear lojas ou atacar a polícia "só contribui para aumentar a tensão", o que prejudica a justiça.

O Presidente norte-americano disse que se mantém "prudente" na abordagem deste assunto enquanto decorrer a investigação, mas referiu-se às desigualdades raciais nos Estados Unidos, considerando que ainda falta percorrer um longo caminho com comunidades "que se encontram muitas vezes isoladas, sem esperança e sem perspetivas económicas".

FV (EO) // DM.

Lusa/fim

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